quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Converter ao Evangelho

Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço. (Rm 7.15)

Quando lemos esta afirmativa acima, podemos traçar um paralelo com nossas vidas e a partir daí, tirarmos algumas lições, como também, questionarmos nossa compreensão do real sentido de Paulo ao nos expor esta contradição, que permeia nossas vidas em nosso caminhar diário e assim como o foi com o Apóstolo Paulo, tem sido nosso dilema e tirado a nossa paz.

Sabemos quais são os propósitos do Senhor para as nossas vidas, entendemos que a não observação de seus mandamentos atrasará o cumprimento de suas maravilhosas promessas. Temos convicção que o fazer o bem e o que é certo está completamente de acordo com a Palavra de Cristo, aprendemos também que nossos olhos, pensamentos, ações, atitudes, palavras dizem muito quem somos; então por quê?  Sabedores, que somos de todas estas verdades, insistimos em fazer exatamente o contrário?

O motivo deste dilema está no fato de que, se ainda somos dominados por pensamentos abomináveis, e uma sensação de que não temos o controle sobre atos pecaminosos,  a carne ainda é quem dita às regras em nosso ser. Precisamos urgentemente nos “Converter ao Evangelho”. Se o Senhor Jesus não é o Senhor de todo o nosso ser Ele não é o Senhor de nada.
Assim também, considerai-vos, como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus. (Rm 6.11)

Muitos Cristãos vivem um grande dilema (frustração). Quando estão sóbrios, desfrutam da presença de Deus na vida e sabem que não devem praticar certos atos. Na verdade, quando os praticam, sentem-se as pessoas mais miseráveis de toda Terra. Com o coração cheio de tristeza, arrependem-se verdadeiramente, prometendo ao Senhor que jamais voltarão a cometer o erro, no entanto, quando a tentação chega, com seus desejos e clamores, simplesmente, não conseguem resistir e caem novamente. O que há de errado com essas pessoas?

No versículo citado acima, Paulo faz uma confissão espantosa. Ele, o grande apóstolo, demonstrou pelo que escreveu, ter vivenciado o mesmo drama que muitas pessoas têm experimento. Entendemos que esse é um problema comum a todos os filhos de Deus por estarmos ainda na carne. Alguns um pouco mais, outros um pouco menos, mas de modo geral, todos, temos de lutar contra nossa natureza humana. O capítulo sete de Romanos nos ajuda a entender melhor esse assunto. 

Frustração é o estado que fico quando não tenho o que gostaria, quando me deparo com um obstáculo, externo ou interno, que me priva de satisfazer um desejo acalentado. Frustro-me quando mergulho na ilusão, enganando-me com a expectativa, defraudando meus próprios castelos de areia.

Não gosto da frustração, pois ela me remete às falhas que nego ou tento esconder. Engasgo com o desgosto, ao ver que as coisas não saíram como eu pretendia, e o resultado é algo aquém dos meus sonhos, quase sempre infantis. Lidar com a frustração é encarar uma guerra, de quem pretende ser onipotente, mas perde. Perder é amargar uma derrota do orgulho, é ferida narcísica, é manha de ser um ser mimado que não quer deixar esse lugar.

Nunca o lançarei fora - Muitas pessoas, por não terem um conhecimento mais profundo da Palavra de Deus, caem, quando passam por situações semelhantes. Algumas se voltam para Deus e, com o coração amargurado e contrito pedem-lhe perdão, e certamente o obtém. Tais pessoas conseguem superar o problema, voltando à comunhão com o Senhor. Outras, porém, mesmo tendo o testemunho interior do Espírito Santo a respeito de seus erros, sentem remorso, mas não se arrependem. Tais pessoas agem como Judas Iscariotes, que também tinha consciência do seu erro, mas não se arrependeu afastando-se de Deus a ponto de suicidar.

O verdadeiro Evangelho do Reino dos céus tem de ser pregado com toda a profundidade de sua pureza. É preciso diferencia-lo da Lei. Não se pode passar por cima de declarações tão esclarecedoras que partiram dos lábios do Senhor Jesus: Tudo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora (Jo 6.37).

Cristo disse que, de modo algum, Ele lançará fora quem O tenha procurado, podemos alegrar-nos e gritar a plenos pulmões, como fez o apóstolo Paulo, dizendo: Quem nos separará do amor de Cristo? A Tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem potestades, nem o presente, nem o provir, nem a altura, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor! (Rm. 8.35,38,39).

Todo aquele que, um dia, ouviu a voz de Deus e aceitou ao Senhor Jesus Cristo como Salvador e Senhor, pode e deve afirmar diante de qualquer insinuação do inimigo, que é impossível ser separado do amor de Deus que está em Cristo Jesus.

O diabo não pode nem conseguirá. A falta de conhecimento das revelações feitas pelo Senhor Jesus permite ao maligno enganar muitos filhos de Deus. Há alguns, genuinamente salvos, que vivem derrotados, considerando-se caso perdido por não saberem que tudo isso que sentem é pura invencionice do inferno, é mentira e não passa de um pesadelo espiritual. 

A pessoa que erra realmente fica em posição espiritual desfavorável, podendo ser atacada por Satanás com todo o tipo de sofrimento, desde uma dor moral até um mal físico, financeiro, familiar, etc. Entretanto, essa pessoa jamais poderá ser arrancada das mãos do Senhor Jesus. Ele garante: As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; e dou lhes a vida e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará das minhas mãos (Jo 10.27,28). Todos os que, um dia, ouviram a voz do Senhor e O seguiram estão incluídos nessa declaração. Verdadeiramente, este é o motivo de grande alegria, pois nem mesmo o próprio diabo conseguirá arrancá-los de Deus.

Possivelmente, alguns ainda poderiam ficar indecisos quanto à questão de haver alguma possibilidade de serem arrancados das mãos do Senhor, por isso, Cristo foi mais claro, ao afirmar: Meu pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las das mãos de meu Pai (Jo 10.29).O que você diz?

A sinceridade de Paulo - O apóstolo não demonstrou fraqueza ao fazer-se transparente, revelando a luta interior que tratava a respeito do pecado. Paulo demonstrou que isso é comum a todo ser humano, mas há um escape: Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça (I Jo 1.8-9).

Lembre-se, o pecado nunca morre; nós é que devemos estar “Mortos para ele”.

Por: J.B