sexta-feira, 30 de abril de 2010

A Missão Espiritual da Igreja

Quando Jesus ficou diante de Pilatos para ser julgado, ele descreveu a natureza espiritual de seu reino: "O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui." (João 18:36).

Aqueles que saem do "império das trevas" são transferidos para o "reino do Filho" (Colossenses 1:13). Jesus "é a cabeça do corpo, da Igreja" (Colossenses 1:18), e seus súditos gozam de "toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo" (Efésios 1:3).

Os soldados que vão batalhar para avançar a causa deste reino espiritual usam a armadura e as armas espirituais (Efésios 6:10-17; 2 Coríntios 10:3-6) quando buscam cumprir sua missão espiritual. Usando a espada do Espírito, que é a palavra de Deus, servos de Cristo ensinam outros sobre o Senhor e sua graça salvadora (Romanos 1:16; 2 Timóteo 2:2), "…levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo…" (2 Coríntios 10:5). Estes discípulos de Cristo compartilham o plano eterno de Deus "…para que pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida, agora, dos principados e potestades nos lugares celestiais, segundo o eterno propósito que estabeleceu em Cristo Jesus, nosso Senhor…" (Efésios 3:10-11).

Muitas das tendências erradas das denominações modernas poderiam ser evitadas por um entendimento mais claro da missão espiritual da igreja. É aparente que a igreja do primeiro século dava atenção principalmente aos assuntos espirituais. Jesus não estabeleceu um clube social ou esportivo, e não deu aos homens o direito de modificar ou corromper essa missão espiritual de que ele incumbiu à sua igreja. Nosso papel hoje em dia deve ser estudar e obedecer a vontade de Deus, fazendo tudo de acordo com a autoridade de Cristo (Colossenses 3:17). Enquanto você continua este texto, leia cada passagem citada com um desejo sincero de entender e aplicar a vontade de Deus em sua vida.

A Obra Espiritual da Igreja

Cristãos trabalhando juntos: As assembléias da igreja são ocasiões para adorar o Senhor e edificar aqueles que participam. Podemos ver claramente a natureza espiritual das atividades das igrejas primitivas. Os santos oravam juntos (Atos 4:31; 1 Timóteo 2:1-2). Eles pregavam o evangelho (Atos 4:33). Eles se reuniam para participar da Ceia do Senhor (Atos 20:7; 1 Coríntios 11:17-34). Os cristãos primitivos louvavam a Deus e edificavam uns aos outros com salmos, hinos e cânticos espirituais (Efésios 5:19; Colossenses 3:16). De acordo com a instrução apostólica, os cristãos aproveitam as assembléias no primeiro dia da semana para recolher dinheiro, o qual será usado para fazer a obra de que Deus incumbiu à igreja (1 Coríntios 16:1-2). A Bíblia mostra que cada membro do corpo tem uma parte importante na edificação dos outros irmãos (Efésios 4:11-16).

A missão de ensinamento do evangelho: A igreja, como "coluna e baluarte da verdade" (1 Timóteo 3:15), tem o privilégio e responsabilidade de espalhar o evangelho de Cristo. É abundantemente claro, no Novo Testamento, que esta era a alta prioridade na vida de Jesus e de seus seguidores. Se somos verdadeiramente seus discípulos, essa será também nossa prioridade. A missão da igreja é espiritual.

Os cristãos têm o privilégio de propagar a mensagem de salvação do evangelho. Devemos partilhar da atitude expressada por Paulo: "Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê…" (Romanos 1:16). É por isso que os cristãos primitivos de Jerusalém foram tão diligentes em seu trabalho (Atos 5:42).

Precisamos primeiro dar-nos ao trabalho. Nossa missão hoje é a mesma que a missão dos tessalonicenses, que levavam diligentemente o evangelho às regiões próximas da Macedônia e Acaia (1 Tessalonicenses 1:8). As instruções que Paulo deu aos coríntios mostram que um propósito significativo de suas reuniões era convencer os incrédulos e edificar os santos (1 Coríntios 14:24-26).

Cumprir esta missão também requer empenho financeiro. As igrejas de hoje podem mandar evangelistas para pregar em outros lugares, como fez a igreja de Antioquia (Atos 13:1-3; 14:26-28). Os evangelistas eram às vezes sustentados pelas igrejas para que pudessem dedicar-se à obra de pregar (Filipenses 4:5-8; 1 Coríntios 9:14-15). Paulo ensinava que o mesmo tipo de apoio financeiro poderia também ser dado aos presbíteros (1 Timóteo 5:17-18). É natural que pessoas que se dedicam à missão de divulgar o evangelho possam sacrificar voluntariamente seus bens materiais para este mesmo fim.

Ensinar toda a verdade: A igreja precisa aceitar sua responsabilidade de ensinar a verdade da palavra de Deus em todas as circunstâncias. Todos os seguidores fiéis de Jesus precisam da mesma convicção que Paulo encorajou a Timóteo, quando escreveu: "Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina" (2 Timóteo 4:2). A igreja que evita alguns aspectos da palavra de Deus porque poderiam ser impopulares ou difíceis das pessoas aceitarem não está cumprindo sua missão.

Corrigir os que erram: A responsabilidade de corrigir e repreender mostra que pregar o evangelho envolve a correção daqueles que estão no erro. O positivismo "Eu estou bem, você está bem" não tem lugar na pregação de Cristo. Quando uma pessoa está em pecado, ninguém tem o direito de dizer "Você está bem assim como está." A mensagem do evangelho é diferente: os pecadores não estão bem, mas podem ser transformados pelo amor e pela graça de Deus para se tornarem íntegros novamente.

Esta necessidade de corrigir os pecadores inclui a responsabilidade de corrigir os irmãos que recaem no pecado (Gálatas 6:1; Tiago 5:19-20). Uma igreja que verdadeiramente entende sua missão espiritual corrigirá os irmãos que estão no erro para tentar salvar suas almas e manter a pureza do corpo (Mateus 18:15-17; 1 Coríntios 5:1-13). Ler estes textos mostra que às vezes é desagradável obedecer a Cristo. Uma igreja que segue Jesus removerá os pecadores impenitentes do seu meio. Podemos não gostar da linguagem forte que Paulo usa em 1 Coríntios 5:13, mas precisamos lembrar que era o próprio Deus que dava estas instruções para "expulsar" da congregação aqueles que retornavam a uma vida de pecado. Se vamos pregar a verdade, precisamos pregar toda a verdade!

A Obra Material da Igreja

Enquanto a prioridade da obra da igreja é claramente espiritual, há também um aspecto material. Em Atos 4:32-37, os discípulos contribuíram para aliviar as necessidades dos santos. A igreja de Jerusalém ajudou as viúvas pobres de seu meio (Atos 6:1-2). Quando as necessidades dos santos excederam a capacidade da igreja local, outras congregações enviaram dinheiro para ajudá-los (Atos 11:29-30; Romanos 15:25-26; 1 Coríntios 16:1; 2 Coríntios 8:4; 9:1-2; etc.) Deste modo, as igrejas mais ricas ajudavam as mais pobres, demonstrando a verdadeira fraternidade do amor que deverá caracterizar as igrejas de Cristo.

Melhoramentos Humanos?

Os complicados sistemas de obras sociais em muitas igrejas modernas não se parecem nem um pouco com a simplicidade do plano do Novo Testamento. Em vez de terem fé para converter o mundo a Cristo, muitas igrejas estão atarefadas convertendo a igreja para se ajustar às expectativas do mundo. Algumas usam apelos a desejos carnais para atrair pessoas ou adquirir fundos. Em nome da religião, algumas usam bandas de "rock" ou outros programas musicais especiais. Outras oferecem festas completas com bebidas alcoólicas e danças. Muitas outras prometem bênçãos materiais e boa saúde para aqueles que se juntarem a suas igrejas. O interesse neste mundo tornou-se tão forte que algumas igrejas parecem mais como organizações sociais do que corpos espirituais. Nunca devemos perder nossa concentração no céu, pensando que podemos corrigir todos os males sociais de um mundo dominado pelo pecado.

Muitas igrejas se enredaram nos negócios da sociedade moderna, procurando colocar seus membros em lugares de poder político ou investindo os fundos da igreja em negócios. Se elas buscam comprar e operar enormes corporações ou operar pequenas empresas, tais como bazares de igreja e balcões de cachorro-quente, estas igrejas estão mostrando claro desrespeito pelo plano que Deus deu. Precisamos ter fé suficiente para estarmos contentes com o fato de que a igreja receba dinheiro da maneira que Deus autorizou (contribuições voluntárias 1 Coríntios 16:1-2) e o use somente nos modos aprovados por Deus.

Contentes em Fazer o Que Deus Ordenou

Quando seguimos o modelo fornecido pelo Novo Testamento, a igreja será suficiente para fazer a obra e terá fartura de obra para fazer. Não temos necessidade nem permissão para envolver a igreja em outros projetos, organizações e obras, inventados pelos homens. Assim como Deus rejeitou o fogo oferecido por Nadabe e Abiú (Levítico 10:1-7), ele rejeitará obras estranhas que os homens introduzem nas igrejas. Tão certo como o Senhor desagradou-se quando Uzá estendeu uma mão de ajuda para fazer o que lhe parecia direito (2 Samuel 6:1-11), ele não quer nossa "ajuda" para encontrar um modo mais eficaz de fazer sua obra. Em ambos casos de pecados fatais, o problema fundamental foi uma falta em seguir exatamente o que Deus tinha instruído. Se desconsideramos suas instruções, não podemos esperar melhor sorte. "Há caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte." (Provérbios 14:12).

Que tenhamos sempre em nossos corações o desejo de servir e conhecer ao Senhor, deixando de lado nossas paixões e desejos, entregando sempre o nosso coração nas mãos do Pai, não nos importando com o mundo, mas com as almas que no mundo estão, pois o valor de uma alma, custou muito caro; morte de cruz.

João Batista

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Perdão

PERDÃO: UM ATO MILAGROSO
Marcos 2:7-11 (RA) "Por quê fala ele deste modo? isto é blasfêmia! Quem pode perdoar pecados, senão um, que é Deus?... Jesus... disse-lhes: ... Qual é mais fácil, dizer ao paralítico: estão perdoados os teus pecados, ou dizer: levanta-te, toma o teu leito, e anda? Ora, para que saibais que o Filho do homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados - disse ao paralítico: Eu te mando: Levanta-te, toma o teu leito, e vai para a tua casa.

PERDÃO CONDICIONAL

Mat. 6:12 (BLH) "Perdoa as nossas ofensas como também nós perdoamos os que nos ofenderam".

Lucas 6:37 (NVI) "Perdoem, e serão perdoados".

Mateus 6:14-15 (NVI) "Pois se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celestial também lhes perdoará. Mas se não perdoarem uns aos outros, o Pai celestial não lhes perdoará as ofensas".

Já que assumimos que o ensinamento de Mat. 6:15 e outros versículos semelhantes são entendidos e reconhecidos como verdadeiros, ao invés de enfatizar a NECESSIDADE de se perdoar neste Estudo Bíblico - por exemplo, ordenanças da lei - estaremos analisando cinco substitutos baratos ou impedimentos relacionados ao perdão. Mais adiante iremos ver o que o perdão realmente é, como obtê-lo, e como permanecer nele. E assim veremos que perdoar é mais difícil e, por outro lado, mais fácil, do que pensávamos.

PECAR É HUMANO

Quando somos feridos, abusados, ou insultados a reação da "carne" (a natureza caída) é revidar. Nós maquinamos revanche, ou nos afundamos em amargura. Isto é "humano". Mas Deus requer perdão, senão Ele não nos perdoará. Se não quisermos - ou não pudermos - perdoar, então não há razão para orarmos por perdão , porque Deus nos disse claramente que não o receberemos. Também não adianta evitarmos o assunto nos distraindo com obras religiosos, ou louvores a Deus quando nossos corações estão cheios de pecado.

Marcos 11:25 (NVI) E quando estiverem orando, se tiverem alguma coisa contra alguém, perdoem-no, para que também o Pai celestial lhes perdoe os seus pecados".

Como exercício, pense em algo verdadeiramente mal que foi feito contra você ou alguém que você ama, não por acidente ou erro, mas deliberadamente e com malícia - quando você encarou o maligno cara a cara e a dor que foi causada pelo ocorrido em suas emoções - para verificar a veracidade das seguintes considerações.

1) O QUE NÃO É PERDÃO: O HÁBITO DE SE FINGIR PARA MANTER AS APARÊNCIAS...

Você se lembra quando era criança e algum adulto lhe forçou a "perdoar" alguém que foi forçado a dizer "desculpe-me" primeiro? Isso realmente reflete o arrependimento do ofensor ou é verdadeiro perdão dado pela vítima? Bem, talvez sim, mas em raros casos. Vamos ser honestos e reconhecer que essa encenação das crianças é mais uma tentativa dos adultos de acabar com hostilidades temporariamente, porque elas continuarão com a intenção de se envolver nas mesmas atividades violentas (e não serem pegas) e/ou se vingar mais tarde - quando os adultos não estiverem por perto. Adultos forçam crianças a passarem por essas coisas porque brigas em uma família ou grupo de crianças é prejudicial e insuportável - e também porque querem ensiná-las. E quando há essa encenação, há pelo menos um al! ívio temporário. Mas a dor de Deus é muito mais aguda quando Ele vê nossas brigas uns com os outros, e Sua solução é um pouco mais profunda do que meras palavras, mímicas, ou fingimentos. O Seu alvo não é uma encenação hipócrita, mas sim a verdade que vem de dentro para fora.

Esta encenação de "perdão " frequentemente se estende à vida adulta como um substituto superficial para o verdadeiro perdão. Nós pensamos que se meramente dissermos que estamos arrependidos bastará. Mas, será que Deus é enganado por nós? Será que há um lugar onde podemos escapar dos Seus olhos? Será que Ele não vê o desejo secreto de vingança ou o ódio amargo atrás dos sorrisos? Desde quando Ele fica impressionado com meras palavras, quando em nossos corações a atitude é outra?

Marcos 7:6 (Phi) Jesus replicou, "Hipócritas, Isaías descreveu vocês perfeitamente quando escreveu: 'Estas pessoas me honram com seus lábios, mas seus corações estão longe de mim'. Estes ensinamentos são regras feitas por homens".

2) NEGAÇÃO É PERDÃO?

A inabilidade de se perdoar verdadeiramente é frequente devido ao falso conceito de que "esquecer é perdoar". Esquecer NÃO é perdoar. Se perdoarmos, nós esqueceremos daquilo que aconteceu. Mas o reverso não é verdadeiro: esquecer não é perdoar - é negar.

Salmo 51:6 (RA) Eis que te comprazes na verdade no íntimo...

Se tentarmos alcançar um perdão falso tentado deliberadamente ignorar a ofensa, estaremos nos enganando e enganando a outros. Mas todas as emoções, maquinações e feridas estão lá - só que colocadas num outro plano através da força de vontade de deliberadamente negar os fatos. Mas ai vemos "aquela pessoa" novamente e toda a amargura e dor se manifesta dentro de nós. Ou em outros momentos - quando esta ginástica mental não pode ser mantida - nós nos pegamos em uma elaborada meditação de vingança ou em crises de fúria e ódio. Então vemos quão profundo e ineficaz este tipo de "perdão " realmente é.

Uma mente contaminada com negção tem um terrível hábito de "explodir" nos momentos mais inoportunos.

I João 2:9 (RA) Aquele que diz estar na luz e odeia a seu irmão, está nas trevas, e anda nas trevas... A negação é uma mera desilusão - frágil, fingida e superficial. O perdão é algo real - robusto, sólido e profundo. Não é evitar a verdade, mas sim lidar com ela francamente - não se importando o quanto doa. Considere a perspectiva de Deus. Nada está escondido aos Seus olhos - os maus intentos, a lascívia escondida, o dano causado, o escolher aquilo que é errado, etc. Ainda assim, Ele é o Autor e o Criador do perdão. Se formos verdadeiramente perdoar, teremos que fazê-lo de acordo com Seus métodos - e com nossos olhos abertos. Pois aqueles a quem Deus escolhe perdoar, Ele "esquecerá" seus pecados, "não mais se lembrando deles". Contudo, não acusemos o Deus Onisciente de não saber algo, ou de ser ignorante ! quanto a qualquer fato. Ele nos disse que NADA lhe está escondido. Ao invés disso, devemos entender as "figuras de linguagem" e as dinâmicas espirituais de COMO Deus perdoa.

Hebreus 8:12 (NVI) Pois eu lhes perdoarei a maldade e não me lembrarei mais dos seus pecados".

A ordem aqui é essencial. Primeiro o perdão , depois o esquecimento. Enquanto o verdadeiro perdão não acontece, a ofensa continuará entre nós e a pessoa com a qual tivemos problemas, e o mesmo ocorre em relação a Deus. O pecado se coloca entre nós e não pode ser "esquecido" até que lidemos com ele. Se, e quando entrarmos em verdadeiro perdão , podemos considerar a pessoa sem que a "ofensa" esteja entre nós.

Isa. 43:25 (RA) Eu, eu mesmo, sou o que apaga as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro.

3) IMPEDIMENTOS PARA PERDOAR: A ENGANAÇÃO DO PECADO

Um outro impedimento ao perdão é que a amargura, a vingança, o ódio, etc. tem um apelo um tanto pervertido. Quem nunca sentiu o intoxicante engano de uma grande maquinação para retribuir um mal recebido? Enquanto sabemos que isso é errado, sentimos grande prazer no momento em que formulamos tais pensamentos.

Efésios 4:26-31 (NVI) "Quando vocês ficarem irados, não pequem". Que o sol não se ponha enquanto vocês estiverem irados, e não dêem lugar ao diabo... Livrem-se de toda amargura, indignação e ira, gritaria e calúnia, bem como de toda maldade.

A VINGANÇA É DO SENHOR... MAS SOMENTE SE ELE AGIR COMO MEU AGENTE?

Romanos 12:19 (NVI) Amados, nunca procurem vingar-se, mas dêem lugar à ira de Deus, pois está escrito: "Minha é a vingança; eu retribuirei", diz o Senhor.

Certamente Deus tem mais poder de lançar ira sobre os nossos inimigos do que nós temos, e certamente Ele vê o mal que nos é feito. Portanto, devemos parar e deixar Ele tomar conta do problema. Mas quando pensamos detalhadamente sobre isso, pode ser que as coisas não ocorram como o homem carnal deseja. Encaremos, Deus tem o hábito de perdoar pessoas e estender Sua grande misericórdia, pelo menos por enquanto.

Então... pode ser que não vejamos fogo cair do céu e consumir aqueles que queremos que recebam a vingança de Deus. Não é que Ele esteja liberando-os através de alguma mágica ou mudança de regras - Ele mesmo recebe a devida punição.

Prov. 24:17 (RA) Quando cair o teu inimigo, não te alegres, e não se regozije o teu coração quando ele tropeçar.

Mat. 5:44-48 (NBI) Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; somente assim podereis ser filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e vir chuvas sobre justos e injustos. Porque se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Certamente os coletores de impostos fazem o mesmo. E se saudardes somente os vossos irmãos, que há de extraordinário nisso? Até os pagãos fazem o mesmo. Vossa bondade não deve ter limites, assim como a bondade de vosso pai celeste é ilimitada.

Avaliemos o "custo" de deixarmos Deus lidar com nossos "inimigos". Ele pode abençoá-los, prosperá- los, e salvar suas almas eternamente - ao invés de matá-los com um raio. Pois Deus é assim, e é o que Ele tem feito até agora. E pode ser que isso não satisfaça nossa vontade. Se "abrirmos mão" e deixarmos Deus agir, pode ser que Ele perdoe, abençõe e ame aqueles contra quem maquinamos e espumamos de raiva, e pode ser que ainda nos dê o mesmo tipo de atitude "tola" (I Cor. 1:25).

Lucas 17:3-5 Sejam cuidadosos em seu viver. Se um irmão te ofender, repreende-o e, se ele se desculpar, perdoa-lhe. Sim, se ele te ofender sete vezes em um dia e vier até você e disser, 'Me desculpe' sete vezes, você deve perdoá-lo. E os apóstolos disseram ao Senhor, 'dá-nos mais fé'.

É HUMANAMENTE POSSÍVEL CONCEDER O VERDADEIRO PERDÃO?

Há um ditado que diz: "Errar é humano, perdoar é divino". Há uma certa verdade neste ditado.

Lucas 7:49 (RA) Os que estavam com ele à mesa, começaram a dizer entre si: Quem é este que até perdoa pecados?

Pois aquilo que "parece certo ao homem" (Prov. 16:25) é a vingança. Se a ofensa não é vingada, aquele que ofendeu não é estimulado a praticar mais ainda o seu comportamento? E a justiça onde fica? O perdão é "eficaz" num nível meramente humano? O que aconteceria com nossa sociedade se todos REALMENTE agissem assim? "Amar os nosso inimigos" é algo que apela à nossa sensibilidade? Isso faz sentido para o homem natural?

O QUE É MAIS FÁCIL?

Talvez o maior empecilho para o perdão é a idéia que temos de que podemos alcançá-lo e dá-lo com nossas próprias forças - que perdoar é uma qualidade humana. A verdade é que somos tão capazes de curar alguém sobrenaturalmente em nossa própria força... assim como somos capazes de perdoar. Qual é mais fácil?

Mateus 9:5-6 (NVI) Que é mais fácil dizer: 'Os seus pecados estão perdoados', ou: 'Levante-se e ande'? Mas para que vocês saibam que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados" -- disse ao paralítico: "Levante-se, pegue a sua maca e vá para casa".

AQUILO QUE SOMENTE DEUS PODE FAZER

Quando Deus diz que deviríamos fazer algo que está razoavelmente dentro de nossa capacidade, podemos erroneamente nos esforçar na carne ao invés de sermos obedientes à direção do Espírito. Mas quando ouvimos Ele dizer algo que é impossível ou impraticável, como "ser perfeito" (Mat. 5:48), nos desesperamos e reconhecemos que é somente pela graça que somos salvos - através da fé no único que tem as qualidades que Deus requer. Pois estamos nos referindo a coisas que só Deus pode fazer. Se a "perfeição" não nos é dada por Cristo, nunca a alcançaremos sozinhos.

João 15:5 (RA) "...Sem mim nada podeis fazer".

Na escala de coisas que Jesus disse que deviríamos fazer, talvez logo abaixo de Seu mandamento para sermos "perfeitos", esteja o perdão , algo também impossível de alcançarmos por nós mesmo.

Temos que reconhecer que só Deus pode perdoar. Não é algo humanamente POSSÍVEL. Se alcançarmos perdão, será porque a natureza do próprio Deus nos foi imputada. E este é o segredo do perdão - perdão é algo divino.

Lucas 5:20-21 (NVI) Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse: "Homem, os seus pecados estão perdoados". Os fariseus e os mestres da lei começaram a pensar consigo mesmos: "Quem é esse que blasfema? Quem pode perdoar pecados, a não ser somente Deus?"

EXPERIENCIANDO DEUS

Assume-se que todo crente terá uma experiência com o verdadeiro perdão, ainda que seja vicariamente, através de um filme, livro, ou história. E na extensão das emoções humanas, o verdadeiro perdão pode ser classificado como um dos mais doces sentimentos e que traz mais prazer a um ser humano. Corrie Ten Boom descreveu o que vem após o perdão como "uma inundação de alegria e paz". O jugo de amargura é removido, há um senso de justiça sobrenatural, conflitos são substituídos com tranquilidade, e o amor inunda aquele lugar antes ocupado pelo ódio. Isto não é por acaso; é a própria natureza de Deus se manifestando por dentro de nós. É graça em operação, pois a única maneira de se perdoar é ter Sua vida em nós. Tudo o mais é encenação, negaç&! atilde;o, ou rendição ao pecado.

Que possamos ser ainda mais encorajados com este aspecto de "Cristo em nós", agora que experimentamos e vimos que o Senhor é bom.

Há muitos cristãos que estão a procura de reavivamentos falsos, indo de um lugar para outro, auto proclamando-se espirituais e "ungidos", e seguindo qualquer vento de doutrina para ter um pouco de emoção espiritual. Contudo, o que frequentemente as pessoas não tentam fazer é andar no caminho de obediência estabelecido por Deus. Você quer ter experiências com Deus? PERDOE. Você quer sentir a Sua presença e poder fluindo pelo seu corpo, em um emocionante momento de encontro sobrenatural? PERDOE.

O QUE O NOSSO ESPÍRITO RECEBE NATURALMENTE

Mateus 6:12 (NVI) Perdoa as nossas dívidas, ASSIM COMO perdoamos aos nossos devedores.

Em outras palavras, este negócio de perdão deveria ser algo normal e intuitivo para os cristãos. E é.

A graça opera em nós através do poder do Espírito Santo. É como a pressão d'água de uma torneira - nós somos a mangueira da qual a água deveria fluir. Se nós estivermos ligados, o poder não é nosso, mas as águas de vida podem seguir seu percurso em e através de nós, porque estamos ligados na fonte.

Contudo, ocasionalmente, o perdão pode se tornar ilusivo, até mesmo parecer impossível. A mangueira foi obstruída em algum lugar. Não é como se Deus estivesse falhado, ou que não sabemos agir de outra forma. Simplesmente não podemos - por qualquer razão - entrar em obediência. Se isto ocorrer, aqui vai um conselho Bíblico prático para que você encontre o fluir da natureza de Deus e do Espírito em e através de você. O caminho do perdão deveria ser "automático" para aqueles que nasceram de novo.

LEMBREMOS DO QUE ELE NOS PERDOOU

Mateus 18:21-35 (NVI) Então Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: "Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?" Jesus respondeu: "Eu lhe digo: não até sete vezes, mas até setenta vezes sete. "Por isso, o Reino dos céus é como um rei que desejava acertar contas com seus servos. Quando começou o acerto, foi trazido à sua presença um que lhe devia dez mil talentos. Como ele não tinha condições de pagar, o senhor ordenou que ele, sua esposa, seus filhos e tudo o que ele possuía fossem vendidos para pagar a dívida. "O servo prostrou-se diante dele e lhe implorou: 'Tem paciência comigo, e eu te pagarei tudo'. O senhor daquele servo teve compaixão dele, cancelou a dívida e o deixou ir.

Mat. 18:28-35 (NVI) "Mas quando aquele servo saiu, encontrou um de seus conservos, que lhe devia cem denários. Agarrou-o e começou a sufocá-lo, dizendo: 'Pague-me o que me deve!' "Então o seu conservo caiu de joelhos e implorou- lhe: 'Tenha paciência comigo, e eu lhe pagarei'. "Mas ele não quis. Antes, saiu e mandou lançá-lo na prisão, até que pagasse a dívida. Quando os outros servos, companheiros dele, viram o que havia acontecido, ficaram muito tristes e foram contar a seu senhor tudo o que havia acontecido. "Então o senhor chamou o servo e disse: 'Servo mau, cancelei toda a sua dívida porque você me implorou. Você não devia ter tido misericórdia do seu conservo como eu tive de você?' Irado, seu senhor entregou-o aos torturadores, até que pagasse tudo o que devia. "Assim também lhes fará meu Pai celestial, se cada um de vocês n! ão perdoar de coração a seu irmão".

Este servo errou no que diz respeito a ESQUECER do tratamento misericordioso que recebeu de Seu mestre. Ele se ESQUECEU do grande pecado que lhe fora perdoado.

II Ped. 1:9 (RA) Pois aquele a quem estas coisas não estão presentes é cego, vendo só o que está perto, esquecido da purificação dos seus pecados de outrora.

Diferentes pessoas e professores tem opiniões e palpites variados sobre perdão . Mas, segundo a revelação Bíblica, o esquecimento parece ser a PRINCIPAL razão pela qual cortamos o fluir sobrenatural do perdão em nossas vidas. Nós precisamos menos de perdão do que aqueles a quem julgamos e não perdoamos? Será? Será que já esquecemos a grande misericórdia demonstrada por Deus para conosco?

Lucas 18:9-14 (NVI) A alguns que confiavam em sua própria justiça e desprezavam os outros, Jesus contou esta parábola: "Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu e o outro, publicano. O fariseu, em pé, orava consigo mesmo: 'Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens: ladrões, corruptos, adúlteros; nem mesmo como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho'. "Mas o publicano ficou à distância. Ele nem ousava olhar para o céu, mas batendo no peito, dizia: 'Deus, tem misericórdia de mim, que sou um pecador'. "Eu lhes digo que este homem, e não o outro, foi para casa justificado diante de Deus. Pois quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado".

Mateus 5:21-22 (NVI) "Vocês ouviram o que foi dito aos seus antepassados: 'Não matará's', e 'quem matar estará sujeito a julgamento'. Mas eu lhes digo que qualquer que ficar irado contra seu irmão estará sujeito a julgamento...

I Sam. 16:7 (RA) ... o SENHOR não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o SENHOR, o coração.

AUTORIZADOS PELA GRAÇA... NÓS PODEMOS FAZER O QUE DEUS FAZ...

Col. 3:12-13 (Jer) Portanto, como eleitos de Deus, santos e amados, revesti-vos de sentimentos de compaixão, de bondade, humildade, mansidão, longanimidade, suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos mutuamente, se alguém tem motivo de queixa contra o outro; como o Senhor vos perdoou, assim também fazei vós.

I Ped. 3:9 (NBI) não paguem o mal com o mal, ou abuso com abuso; ao contrário, retaliem com bênçãos, pois uma bênção é a herança para a qual vocês foram chamados.

Lucas 6:27-37 (RA) Digo-vos, porém, a vós outros que me ouvis: Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam; bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos caluniam... Como quereis que os homens façam, assim fazei- o vós também a eles. Se fizerdes o bem aos que vos fazem o bem, qual é a vossa recompensa? Até os pecadores fazem isso... Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem... e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo. Pois ele é benigno até para com os ingratos e maus. Sede misericordiosos, como também é o vosso Pai... perdoai, e sereis perdoados".

Efes. 4:31-32 (Phi) Que não haja mais ressentimento, amargura ou ira, que não haja mais gritaria e calúnia, e que não haja qualquer tipo de sentimentos maus entre vocês. Sejam bons uns para com os outros e compassivos. Estejam tão preparados para perdoar as pessoas, assim como Deus, por amor a Cristo, perdoou vocês.

Rom. 12:17-21 (Phi) não torneis a ninguém mal por mal. Que o comportamento público de vocês esteja acima de qualquer crítica. No que diz respeito à sua responsabilidade, viva em paz com todos. Nunca faça vingança com suas próprias mãos, meus queridos amigos: afastem-se e deixem Deus punir, se Ele quiser. Pois está escrito: "A mim pertence a vingança; eu retribuirei", diz o Senhor. E também está escrito: "Se o teu inimigo estiver com fome, dê-lhe de comer; se ele estiver com sede, dê-lhe algo de beber. Em assim fazendo, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça". Que vocês não se deixem vencer pelo mal. Tomem a ofensiva - vençam o mal com o bem!

Que Cristo possa falar melhor em cada coração. Amém
João Batista.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Morrer Para Si Mesmo

TOME A SUA CRUZ
Marcos 8:34-35 (NVI) Então ele chamou a multidão juntamente com os discípulos e disse: "Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem perder a vida por minha causa e pelo evangelho a salvará.

Comentário Conhecimento Bíblico: "quando o Império Romano crucificava um criminoso ou preso, a vítima freq�entemente era forçada a carregar sua cruz durante parte do caminho para o lugar da sua crucificação, carregando sua cruz pelo centro da cidade".

Lucas 9:23-24 (NVI) Jesus dizia a todos: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá; mas quem perder a vida por minha causa, este a salvará.

Notas de Estudo NVI: "Este é o quadro de um homem já condenado, que carrega a viga da sua própria cruz ao lugar de sua execução. Os discípulos da Galiléia sabiam o que isso significava, pois centenas de homens haviam sido executados desta forma naquela região".

Mateus 10:38 (NVI) E quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim.

ESTAMOS REALMENTE SEGUINDO A CRISTO?

Modernamente, o equivalente seria andar pelo corredor que vai dar na Cadeira Elétrica. A morte é o destino, e estamos participando em uma procissão fúnebre. Pelo menos não somos os primeiros e esperamos que não estejamos sozinhos. Se "negarmos a nós mesmos", e nos entregarmos à morte, não colocaremos qualquer esperança neste mundo. Quando "tomamos nossa cruz" é como se todas as paixões e desejos da carne estivessem condenados.

Lucas 14:25-33 (RA) Se alguém vem a mim, e não aborrece [`odeia'] a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E qualquer que não tomar a sua cruz, e vier após mim, não pode ser meu discípulo. Pois, qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir? Para não suceder que, tendo lançado os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a virem zombem deles,... Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo.

A.W.Tozer: "Dentre os `santos de plástico' de nossos dias, Jesus tem que proporcionar o morrer". Em outras palavras, as pessoas não querem se comprometer com o evangelho. Elas não querem negar a si mesmas, tomar a sua cruz, e viver o que nos é ordenado. Gostamos muito de ouvir sermões sobre a morte de Jesus, mas não queremos nos considerar mortos para o pecado (Rom. 6:11).

A SENTENÇA DE MORTE

Gálatas 5:24 (Jer) Vós não podeis pertencer a Cristo Jesus a não ser que crucificais todas as suas paixões e desejos.

Gálatas 5:24 (TEB) E aqueles que pertencem a Cristo Jesus mortificam sua natureza humana, com todos suas paixões e desejos.

1 Pedro 2:24 (RA) Carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nosso pecados, para que nós, mortos aos pecados, vivamos para a justiça...

CONSIDERE-SE MORTO

T. Austin-Sparks: "Nós não temos que morrer; nós estamos mortos. O que temos que fazer e aceitar a nossa morte... [No] batismo... nós vamos lá e dizemos, "A posição que Deus estabeleceu para mim é a que estou aceitando agora, e eu testifico aqui, desta forma, que aceito a posição de Deus para mim, a saber, que na Cruz eu fui morto".

Colossenses 3:3-7 (Phi) Pois, o que diz respeito a este mundo, vocês já estão mortos e sua verdadeira vida está oculta em Deus, através de Cristo. Um dia, Cristo que é a sua vida, se revelará abertamente, e todos vocês compartilharão desta magnífica revelação. Considerem-se mortos aos contatos deste mundo: não se associe com imoralidade sexual, impureza mental, paixões descontroladas, desejos maus, e a cobiça das coisas dos outros, que é o mesmo que idolatria. � exatamente por causa destas coisas que a ira de Deus vem sobre aqueles que se recusam a obedecê-lo. E nunca esqueçam que vocês faziam parte destas coisas terríveis quando viviam naquela velha vida.

Romanos 6:11 (KJV) Da mesma forma, considerai-vos como mortos...

Romanos 6:11 (TEB) ... vejam vocês mesmos como mortos para o pecado...

Romanos 6:11 (NVI) Da mesma forma, considerem-se mortos para o pecado, mas vivos para Deus...

Romanos 6:11-14 (Phi) Da mesma forma, vejam-se como mortos para o sedução e poder do pecado mas vivos para Deus através de Cristo Jesus nosso Senhor. Não permita, então, que o pecado estabeleça qualquer tipo de poder sobre o corpo mortal de vocês para que vocês não se deixem levar por suas concupiscências. E nem entreguem os membros de seu corpo como armas do mal utilizadas para os propósitos do diabo, como outrora costumavam fazer. Mas, como homens resgatados da morte certa, coloquem-se nas mãos de Deus, como armas de bondade para Seus propósitos. Pois o pecado não pode nunca ser o mestre de vocês - vocês não vivem mais sob a lei, mas sob a graça.

Romanos 7:4-6 (Phi) Portanto, meus irmãos, a morte de Cristo na cruz os fez "mortos" aos requerimentos da Lei, e vocês estão livres para entregar-se a si mesmos... a um outro, aquele que foi ressuscitado dentre os mortos [Cristo], para que sejamos frutíferos para Deus. Enquanto estávamos "na carne", a Lei estimulou nossas paixões pecaminosas e operaram na nossa natureza a ponto de nos tornarmos frutíferos - para a morte! Mas agora que estamos livres da lei, os requerimentos que existiam foram dissolvidos pela nossa "morte", e estamos livre para servir a Deus, não segundo a obediência a letra da lei, mas de um jeito novo, no Espírito.

Romanos 8:12-13 (NEB) Como consequência, meus amigos, nossa natureza degradável não tem mais poder sobre nós; nós não somos mais obrigados a viver naquele nível. Se vocês assim o fizerem, terão que morrer. Mas se pelo Espírito vocês mortificarem todas as paixões do corpo, vocês viverão.

João 12:24-25 (NVI) Digo-lhes verdadeiramente que, se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, continuará ele só. Mas se morrer, dará muito fruto. Aquele que ama a sua vida, a perderá; ao passo que aquele que odeia a sua vida neste mundo, a conservará para a vida eterna.

Romanos 12:1-2 (Phi) Com nossos olhos completamente abertos para as misericórdias de Deus, eu suplico a vocês, meus irmãos, para que num ato de adoração inteligente, vocês apresentem seus corpos como sacrifício vivo, consagrado a Deus e aceitável por Ele. Não deixe o mundo ao seu redor colocar vocês em um molde, mas deixem Deus refazer vocês, para que toda a sua atitude mental sejam mudada...

T. Austin-Sparks: "A única maneira de encontrarmos o céu aberto é através da morte e de uma crise que nos leva ao fim da nossa própria vida. E a crise da identificação através da experiência com Cristo em Sua morte".

Romanos 6:2-4 (Phi) ... nós que morremos para o pecado - como podemos viver um momento sequer em pecado? Vocês esqueceram-se que todos nós que fomos batizados com Jesus Cristo compartilhamos sua morte através de sua crucificação? Nós morremos e fomos sepultados com ele no batismo, para que, assim como ele foi levantado da morte pela esplêndida revelação do poder de Deus - assim também nós fomos ressuscitados para a vida em um nível totalmente novo.

Gálatas 6:14 (RA) Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu para o mundo.

"HOMENS MORTOS"

Deixe a sedução do pecado te atingir como se estivesse atingindo um cadáver.

Romanos 6:5-7 (Phi) Se nós compartilhamos de sua morte, como de fato compartilhamos, também compartilharemos em sua ressurreição. Nunca nos esqueçamos que nosso velho homem morreu com ele na cruz para que a tirania que o pecado tem sobre nós seja quebrada - pois homens que morreram certamente estão livres do poder do pecado.

Romanos 6:8-10 (Phi) E se somos homens mortos com Cristo, podemos crer que da mesmo forma seremos homens que vivem com ele. Temos certeza que o Cristo ressurreto nunca morrerá novamente - o poder da morte para dominá-lo acabou. Ele morreu uma vez por causa do pecado; mas ele vive para Deus eternamente.

Romanos 6:11 (LB) Portanto, olhem para a sua velha natureza pecaminosa como morta e apática ao pecado; em contraste, vivam para Deus, atentos a ele, através de Jesus Cristo nosso Senhor.

VIDA APÓS A MORTE

Colossenses 2:12,14,20 (RA) Tendo sido sepultados juntamente com ele no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos... tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz... Se [realmente] morrestes com Cristo para os rudimentos do mundo, por que, como se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a ordenanças?

2 Timóteo 2:11 (Phi) Eu me apoio no ditado: "Se morremos com ele, com ele também viveremos".

2 Coríntios 5:15,17 (Phi) Nós vemos dessa forma: se um homem morreu por todos os homens, então, em certo sentido, todos eles morreram, e seu propósito em morrer por eles é que eles não devem viver suas vidas para si mesmos mas para aquele que morreu por eles... Pois se um homem está em Cristo ele se torna uma pessoa totalmente nova - o passado já não mais existe, tudo se torna fresco e novo.

Tito 2:11-12 (NVI) Porque a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens. Ela nos ensina a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver de maneira sensata, justa e piedosa nesta era presente.

Efésios 4:22-25 (BLH) E, quanto a antiga maneira de viver, abandonem a velha natureza de vocês, que está sendo destruída pelos seus maus desejos. Os seus corações e as suas mentes devem ser completamente renovados. Vistam-se com essa nova natureza, que Deus criou de acordo com a sua própria natureza e que se mostra na vida verdadeira, que é correta e dedicada a ele. Por isso não mintam mais. Cada um fale a verdade com seu irmão...

Gal. 2:19-20 (Phi) Porque mediante a Lei eu "morri", e estou morto para as exigências da Lei, para que eu possa viver para Deus. Eu morri na cruz com Cristo. E o meu presente viver não é mais o mesmo do velho "eu", mas o Cristo vivo dentro de mim. A vida que vivo presentemente no meu corpo, vivo-a crendo no Filho de Deus, que me amou e se sacrificou por mim.

Colossenses 3:1 (NVI) Portanto, já que vocês ressuscitaram com Cristo, procurem as coisas que são do alto...

LEVANDO O PREÇO EM CONSIDERAÇÃO

C.S.Lewis: "A coisa mais terrível, quase impossível, é entregar o seu ser totalmente - todas as suas vontades e precauções - a Cristo."

Cristo disse: "Entreguem Tudo. Não é o seu tempo, seu dinheiro, ou seu trabalho que é mais importante para mim: Eu quero você. Eu não vim para atormentar o seu ser natural, mas para mata-lo. Nenhuma outra medida seria suficiente. Eu não quero cortar um galho aqui e outro ali, eu quero que a árvore seja cortada. Eu não quero trabalhar no dente ou colocar uma coroa nele, mas sim extraí-lo. Entreguem o seu ser natural completamente, todos os seus desejos, os considerados inocentes e aqueles considerados maus - todo seu ser. Eu lhes darei um novo em troca. Na verdade, eu lhes darei a Mim mesmo: Minha própria vontade se tornará a sua vontade."

Quando eu era criança eu costumava ter dores de dente frequentemente. E sabia que se eu dissesse para a minha mãe, ela iria me dar algo para anestesiar a dor a fim de que eu pudesse dormir durante a noite. Mas eu não falava para a minha mãe - pelo menos enquanto a dor não se tornasse insuportável. E esta é a razão. Eu não tinha dúvidas que ela me daria uma aspirina; mas eu sabia que algo mais iria acontecer. Eu não receberia dela somente o que eu queria, mas algo mais, que eu não queria. Eu queria um alívio imediato, mas eu não conseguiria isto se meu dente não fosse tratado de forma permanente. E eu sabia como os dentistas operavam; eu sabia que eles começavam o tratamento mexendo em dentes que ainda não estavam doendo. Se você desse uma laranja para eles, eles tomavam o pé inteiro.

Agora, vejamos nosso Senhor como os dentistas. Se você lhe der um centímetro, ele requererá um quilometro. Dezenas de pessoas vão a Ele para serem curadas de pecados específicos, que lhes causam vergonha... ou que esteja interferindo com sua vida diária (como temperamento ruim ou alcoolismo). Bem, Ele os curará: mas Ele não parará ai. Pode ser que isto seja tudo que você pediu; mas quando você clama por Ele, Ele lhe dará um tratamento completo. É por isso que ele alertou as pessoas para que elas "considerassem o PRE€O" antes de se tornarem cristãs. "Não se enganem", Ele diz, "Se você deixar, eu o farei perfeito. O momento em que você se coloca nas minhas mãos, é exatamente isso que farei. Nada mais, nada menos que isso.

"Qualquer que seja o custo do sofrimento nesta vida terrena... o que quer que Me custe, eu nunca descansarei, nem deixarei vocês descansarem, até que vocês sejam literalmente perfeitos - até que meu Pai possa dizer sem reserva que Ele se agrada com vocês, assim como Ele disse que se agradou comigo. Isto eu posso fazer e o farei. Contudo, não farei nada menos que isto."

O alvo para o qual Ele está nos guiando é a perfeição absoluta; e nenhum poder em todo o universo, a não ser nós mesmos, pode impedí-lo de nos levar àquele alvo. Este é o propósito da caminhada, e é muito importante que compreendamos isso. Se não entendermos, provavelmente iremos resistí-lo após andarmos com Ele por um período. Eu acho que quando Cristo nos capacita para vencer um ou dois pecados que estavam incomodando, muitos de nós somos inclinados a sentir (apesar de não verbalizarmos) que já somos perfeitos o suficiente. Ele fez tudo o que queríamos que Ele fizesse. Nós nos acomodaríamos se Ele não continuasse nos ajudando. Mas este é um erro fatal... A questão não é o que nós queremos ser, mas o que Ele pretendeu que fôssemos quando Ele nos fez...

Imagine-se como uma casa viva. Deus vem e reconstrói a casa. A princípio, você compreende o que Ele está fazendo. Ele está tapando os buracos e concertando o telhado para que não haja mais goteiras, e assim por diante. Você sabe que esse tipo de trabalho precisa ser feito, portanto não se surpreende. Mas de repente Ele começa a atingir a casa de um jeito que dói tremendamente e não faz sentido algum. O que Ele está fazendo? A explicação é que Ele está construindo uma casa muito diferente do que você esperava, colocando um compartimento extra aqui, mais piso ali, construindo torres, fazendo jardins. Você pensou que se tornaria numa pequena, porém decente casa de campo; mas Ele está construindo um palácio. Ele mesmo pretende morar no palácio!

Que o Espírito Santo possa falar melhor em cada coração. Amém
João Batista

Perseverar este é o segredo!

Texto: Hebreus 10:36; Números 13:25

A palavra Perseverar no dicionário corresponde à : Conservar firme, constante.

Na Palavra de DEUS tem várias pessoas que conservaram perseverantes na busca de suas bênçãos, mas destaco dois deles Calebe, da tribo de Judá, filho de Jefoné e Josué, da tribo de Efraim, filho de Num.

No cap 13 de Números Deus manda Moisés escolher homens para espiar Canaã, e pediu para que eles trouxessem um relatório, do lugar, da terra, da vizinhança e outras recomendações. Neste texto está o segredo.

Sempre no nosso meio há pessoas que desanimam o povo que não tem conhecimento de Deus, mesmo tais sendo “crentes”. Já é do passado isto, e nos nossos dias não é diferente. Naquele povo havia homens assim.Quando voltaram de Canaã, Moisés pediu o relatório, e o mesmo veio com argumentos desanimadores que afetou o povo (Nm 13:27-29).Isso acabou como povo; mas no meio deste povo tem alguns que CONHECEM e CONFIAM em Deus.Calebe e Josué se levantaram e exortaram o povo (Nm 13:30;14:6-9), Mas o povo foi com a maioria em Nm 14 o povo murmuram contra Deus e Moisés.

Deus não gostou nada do povo ingrato e disse que iria destruí-los, mas Moisés orou e pediu para que Deus lhes perdoassem e Deus perdoou, mas todo pecado tem sua conseqüência, daí saiu o tempo de 40 anos no deserto (Nm 14:34) e Deus disse que nenhum deles possuiria a terra prometida senão Josué e Calebe(Nm 14:29-30); ai que entra o termo PERSEVERANÇA.

Se Josué e Calebe não permanecem firmes em Deus, na promessa, eles também não alcançariam a promessa.

Nos dias de hoje é o mesmo, está difícil de permanecer não por causa de Deus, mas por causa das lutas e aflições, mas tudo é para nosso crescimento (Tg 1:3). Mas temos que ser como a Igreja de Éfeso (Ap 2:3), que permaneceu firme. Nós temos que viver o Primeiro Amor, sem esmorecer (desanimar), firmes na oração, firmes na promessa, esperando por Jesus; pois Ele disse que aquele que perseverar até o fim esse será salvo (Mt 10:22).

Temos que ser como Josué e Calebe, não dar ouvidos á voz alheia, mas dar ouvidos á Deus e suas promessas, pois Ele disse:

“passarão céus e terra, mas as minhas palavras não hão de passar” (Mt 24:35).

Perseverar, lemos então versículos de ajuda:

• Tg 1:3 – Para que ser provado
• Dt 1:36 – O que eu ganho? Josué e Calebe
• Mt 10:22 – com Deus até o fim
• 2Tm 2:12 – Não negar
• Rm 12:12 – Sempre Alegres
• 1Ts 5:17- Orar, Orar e Orar

Que o Espírito Santo possa falar melhor em cada coração. Amém
João Batista

segunda-feira, 19 de abril de 2010

A Marcha da Igreja de Cristo

E rompe a luz na Galiléia "O povo que estava em trevas viu grande luz..." (Mt 4.16).

Ele se chamava Jesus. Seu pai, José, era carpinteiro. O nome de sua mãe era Maria. Logo na infância, fora morar em Nazaré, cidade isolada nas montanhas da Galiléia, próxima da movimentada estrada que ligava Mesopotâmia ao Egito. Ali ele viveu e cresceu. Um judeu entre os judeus. Aparentemente, um homem entre os outros homens. Em Roma, reinava Tibério, na Galiléia, Herodes. Com seus dentes de ferro, Roma continuava conquistando terras sem imaginar que ali estava uma força muito superior à sua, uma força que conquistaria muito mais vidas do que as sete colinas jamais sonharam. Um poder contra o qual o Império Romano empenharia toda a sua força para destruir, para depois cair vencido de joelhos.

Ali estava um homem que, de forma estranha e espantosa, colocaria seu nome acima de todo e qualquer nome. Um homem que se apoderaria das vidas, corações e mentes, assim como Roma se apoderava de corpos. Um homem que era muito mais do que um homem. Alguém de quem sempre falaram as profecias e os profetas - Jesus de Nazaré, o Messias.

Ele chegou. Talvez não como muitos esperavam. Mas chegou. E cada situação de sua vida era o cumprimento das milenares palavras dos profetas. Multidões o seguiam porque experimentavam o poder de seus atos e a verdade de suas palavras. Foram apenas três anos e meio, preenchidos com curas, libertações e ensinos de sabedoria. No final, foi tratado como um criminoso, levado a julgamento e, como o mais hediondo dos homens, colocado na cruz.

Sua morte, no entanto, não seria o fim. Antes, o início de uma nova era. Ele ressuscitou e dois mil anos de História são uma prova extremamente sólida de que veio ao mundo não por coincidência ou acaso. Ao contrário. Veio ao mundo para, conforme suas próprias palavras, “cumprir o que estava escrito”.

Agora, os homens passariam a contar os tempos assim: antes e depois dele. Tornou-se o marco divisor da História e também das almas e da humanidade. Sua vida, suas palavras e seus feitos não puderam, de forma nenhuma, ser ignorados. A História encontrou seu centro, sua razão, seu núcleo, encontrou um eixo sobre o qual girar. Seu nome é Jesus.

A semente da palavra

“E ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em Samaria, e até os confins da terra” (At 1.8).

O pequeno grupo de Jerusalém, a princípio amarrado ao exclusivismo judaico, vai pouco a pouco se desprendendo de suas raízes étnicas. Com Paulo, a mensagem do evangelho ganha projeção mundial, não apenas geograficamente pelo seu trabalho missionário, mas também culturalmente, pela sua exposição da mensagem cristã dentro dos conceitos gregos. Seu vigoroso pensamento, formado por elementos tanto judeus quanto não-judeus, possibilitou ao Espírito Santo fazer de suas cartas uma boa nova para toda a humanidade. “... a palavra da verdade do evangelho, que já chegou até vós, como também está em todo o mundo e já vai frutificando...” (Cl 1.5,6).

Próximo ao ano 90 d.C. morria João, o último dos doze apóstolos. Mas o alicerce estava lançado. Roma, o mundo e a História jamais seriam os mesmos. A pequena semente de mostarda começava a brotar e a crescer para dar alívio e cura a um mundo mergulhado na idolatria, na violência, no homossexualismo, no infanticídio, na vazia especulação filosófica, no ocultismo. “Enquanto o grande corpo (do Império Romano) foi invadido pela violência aberta, ou solapado pela lenta decadência, uma religião humilde e pura gentilmente insinuou-se para dentro da mente dos homens, cresceu em silêncio e obscuridade, recebeu novo vigor da oposição e, finalmente, erigiu a triunfante bandeira da cruz sobre as ruínas do Capitólio”.

O sangue dos cristãos também é semente

“Lembrai-vos da palavra que vos disse: Não é o servo maior do que o seu senhor. Se eles me perseguiram, também vos perseguirão. Se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa” (Jo 15.20).

Não tardaria e esse grupo de pessoas entraria em conflito cada vez maior com o sistema existente. Sua vida pura, sua fé incomum e seu zelo perturbaram o paganismo. Acusações de todos os tipos eram lançadas sobre os cristãos. Quando em 68 d.C. Roma foi incendiada, provavelmente pelo próprio Imperador Nero (que para desviar a culpa de si lançou-a sobre os cristãos), iniciou-se uma onda de perseguição e morte sobre a Igreja de Roma.

“Em primeiro lugar, prenderam os que se confessavam cristãos, e depois, pelas denúncias destes, uma multidão inumerável, os quais nem todos foram convencidos de haverem tido parte no incêndio, mas de serem inimigos do gênero humano. O suplício destes miseráveis foi ainda acompanhado de insultos, porque ou eram cobertos com peles de animais ferozes para serem devorados pelos cães ou crucificados ou queimados de noite para servirem de archotes e tochas ao público. Nero ofereceu seus jardins para esse espetáculo...”.

Isso seria apenas o início de uma longa série de dez perseguições, em sua maioria promovidas pelo Estado, no intuito de apagar a chama que se acendera no Pentecoste. Domiciano, Trajano, Adriano, Antonino Pio, Marco Aurélio, Décio. Todos eles tiveram, na destruição da Igreja Cristã, parte de sua política. Os cristãos foram queimados, crucificados, decapitados, lançados às feras do Coliseu. Mas como no Egito, “quanto mais os afligiam... tanto mais se multiplicavam e se espalhavam” (Êx 1.12).

Perto do ano 200 A.D., escreveu Tertuliano, grande apologista cristão de Cartago, ao imperador: “Ainda que sejamos recentes, temos enchido todos os lugares de seu domínio, cidades, ilhas, corporações, concílios, exércitos, tribos, o senado, o Palácio, as cortes judiciais. Se os cristãos desejassem vingança, seu número seria abundante, pois eles têm seu partido, não nesta ou naquela província somente, mas em todos os cantos do mundo”. Como vemos, a oposição cerrada solidificou a Igreja.

Tropeços de Balaão

“Engordando-se Jesurum, deu coices...” (Dt 32.15)

O ano de 313 A.D. representou para a Igreja triunfo e queda. Triunfo pela cessação da perseguição. Queda porque o preço foi uma aliança com o Estado, cujas conseqüências são sentidas até hoje. O imperador Constantino, após a vitória sobre seu adversário na Batalha da Ponte Mílvio, adotou o cristianismo como religião. Segundo ele, viu antes da batalha um símbolo (chamado de lábaro) e ouviu uma voz, que dizia: “com este símbolo vencerás”. Incorporou este símbolo ao seu exército e venceu a batalha.

Inverteu-se então a política romana. O cristianismo foi pouco a pouco se aliando ao Império até tornar-se religião oficial. Constantino até hoje é considerado uma figura ambígua e a sinceridade de sua conversão é constantemente questionada. Ele interferiu muitas vezes em questões eclesiásticas e fundou a cidade de Constantinopla, onde antes era Bizâncio. Queria criar uma nova Roma. O resultado foi que, no futuro, a existência dessa cidade como outra sede do Império dividiu esse mesmo Império em dois: o do Oriente (capital Constantinopla) e o do Ocidente (capital Roma). Esta divisão influenciou um cisma futuro que gerou as Igrejas Católica Apostólica Romana e Ortodoxa Grega.

A partir de Constantino, aquela humilde religião (o cristianismo) ganhou todo o aparato ritualístico e cerimonial do paganismo. Ganhou também um grande número de adeptos que não tiveram uma experiência de conversão e levaram para dentro do cristianismo crenças e práticas pagãs, agora disfarçadas com maquilagem cristã. Esse momento histórico que, de certo modo, salvou a Igreja da aniquilação, também a lançou em um processo de paganização até hoje presente em grandes segmentos do chamado cristianismo. A Igreja que tão bem soubera resistir à perseguição sucumbira diante das glórias humanas.

Quando a luz escurece

“Se a luz que em ti há forem trevas, quão escuras serão essas trevas” (Mt 6.23).

O catolicismo medieval tornou-se um misto de superstição, ambição política, especulação vazia, imoralidade chocante e prepotência absurda. O papado, as cruzadas, as relíquias, a inquisição, a venda de indulgências e as práticas religiosas, de um modo geral, são apenas algumas referências históricas de como uma instituição divina pode se corromper a tal ponto quando deixa de ser guiada pelo padrão infalível das Sagradas Escrituras.

Com exceção de alguns grupos, como os paulicianos, os valdenses, os lolardos, os hussitas e outras manifestações menos significativas dentro desse período, a situação como um todo estava bem longe do cristianismo apostólico. As poucas luzes que escassamente brilhavam aqui e acolá eram constantemente ameaçadas e sufocadas pelo despotismo papal. Embora a Igreja verdadeira jamais deixasse de existir e cristãos sinceros houvesse em todos os séculos, uma Reforma interna era a única coisa que poderia salvar da morte a genuína fé em Cristo. Estamos nos referindo à Reforma Protestante que muitas vezes fora proposta e muitas vezes fora rejeitada.

Mas, graças a Deus, a tocha tornaria a arder!

Que o Espírito Santo possa falar melhor em cada coração. Amém
João Batista

"A Unidade Cristã"

"...haverá um rebanho e um Pastor" (João 10:16)

Fala-se muito atualmente em união de igrejas, aproximação das denominações, cooperação entre cristãos, unidade na diversidade, etc., sem se atentar ao que dispõe a Bíblia sobre a verdadeira união. Antes de nos unirmos a determinadas denominações, devemos ter em mente aquilo que Deus estabeleceu como a verdadeira unidade do corpo de Cristo.

A Unidade É Pela Verdade
Como exórdio ao presente estudo, devemos ressaltar que a unidade cristã é bíblica e, portanto, deve ser buscada pelos membros do Corpo de Cristo (embora essa unidade não decorra da mera vontade humana). Orando ao Pai, Jesus disse: "Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós. ... E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim; para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste" (João 17:11, 20 e 21). Essa idéia de unidade do corpo de Cristo resulta da idéia central da Tri-Unidade de Deus. Por isso que o apóstolo Paulo declarou: "Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão" (1 Coríntios 10:17).

A unidade do Corpo de Cristo permite a união dos desiguais: "Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito. Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. ... E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Assim, pois, há muitos membros, mas um corpo" (1 Coríntios 12:13-14 e 19-20). Paulo assim escreve para demonstrar que cada membro do corpo é diferente um do outro, mas forma uma unidade: uns são mãos, outros, pés, outros olhos, assim por diante - não somos todos apenas um membro do corpo, mas vários membros formando um só corpo: "E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: Não tenho necessidade de vós. Antes, os membros do corpo que parecem ser os mais fracos são necessários; ... Para que não haja divisão no corpo, mas antes tenham os membros igual cuidado uns dos outros. De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele." (vs. 21-22; 25-26).

O cristianismo é, sobretudo, uma religião baseada na união - união de gregos e troianos, judeus e gentios, negros e brancos, ricos e pobres, todos unidos numa só fé - mas não tolera a conjunção entre o certo e o errado, a verdade e a mentira, a luz e a escuridão. Assim, a unidade cristã se dá PELA verdade bíblica universal, a Palavra viva, santa e imutável de Deus. Na sua oração pela unidade, Jesus disse: "Porque lhes dei as palavras que tu me deste; e eles as receberam; ... Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade." (João 17:8 e 17). Se não for PELA Palavra de Deus não haverá unidade cristã verdadeira. Portanto, a unidade não deve ser meramente espiritual, mas também bíblico-doutrinária, mediante a uniformidade da fé.

A Unidade É Para a Verdade
Muitos pastores e líderes buscam a unidade em meio ao erro doutrinário, o que contradiz a Palavra de Deus. Essa "unidade", na realidade, agrada muito mais aos homens do que a Deus. Não falo das pequenas diferenças existentes no meio cristão (pois, como dissemos, cada membro do corpo é desigual), que não comprometem a sã doutrina, mas daquelas que possam afetar a verdade bíblica. Por exemplo: como poderei andar com um irmão que vive de "revelações" e que coloca as suas experiências pessoais acima da Bíblia, se eu creio que a Bíblia é a minha única regra de fé e conduta? Ou como poderei participar de uma igreja que ensina um outro evangelho (do cristianismo fácil, da busca de sucesso material, da salvação condicionada ao mérito pessoal, do curandeirismo, da realização de "sinais e prodígios", do G12, etc.) se prego a simplicidade do evangelho de Cristo? "Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?" (Amós 3:3).

Respeito muito o trabalho daqueles que buscam a unidade no meio evangélico, mas esse trabalho será em vão se não for PARA A VERDADE, por obra e vontade do nosso Deus: "Se o SENHOR não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o SENHOR não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela." (Salmos 127:1). O nosso dever de afastamento daqueles que se desviaram da verdade é muito mais bíblico do que a busca pela unidade a qualquer custo: "E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles." (Romanos 16:17). Essa admoestação não se dirige à observação somente dos "hereges", mas também contra os que promovem "dissensões" doutrinárias, "Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos simples." (v. 18). Lembre-se bem deste conselho: "Compra a verdade, e não a vendas." (Provérbios 23:23a).

A Unidade É Mediante a Fé
Se cremos todos em conformidade de fé (essa é a unidade que deve ser buscada - a unidade da fé), há união cristã verdadeira, ainda que distâncias nos separem. Paulo ensina que devemos nos suportar uns aos outros em amor, procurando guardar a UNIDADE DO ESPÍRITO pelo vínculo da paz (Efésios 4:2-3). Para isso, foi-nos dado "uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos ...Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente." (Efésios 4:11-14). Note bem que essa unidade da fé não comporta variações doutrinárias, porque senão nos tornaríamos como meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina. Havendo a unidade de fé, todo o corpo de Cristo se torna bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas (v. 20), isto é, sem divergências doutrinárias relevantes.

A Unidade Ocorre na Separação
A união cristã verdadeira somente existirá separando-se o joio do trigo. Da mesma maneira que não devemos nos prender a um jugo desigual com os infiéis (2 Coríntios 6:14), de igual forma não podemos nos associar com os que promovem dissensões doutrinárias. Essa unidade do ponto de vista bíblico se dará exclusivamente se houver total separação. Contradição? Não, pois a verdade não se coaduna com o erro; não existe unidade em meio à discórdia.

O Pr. Ron Riffe, no maravilhoso artigo intitulado "A Doutrina Bíblica da Separação", publicado no Jornal Sã Doutrina (JARF) nº 10 (março/2003), pg 3, citando 2 Tessalonicenses 3:6, 11 e 14-15, lembra que "alguns crentes de Tessalônica estavam com a falsa idéia que o arrebatamento ocorreria em um futuro próximo. Muitos deles venderam suas propriedades, abandonaram seus empregos e ficaram ociosos, esperando o retorno do Senhor. Enquanto aguardavam, alguns recusavam-se a trabalhar pela comida que recebiam, enquanto outros ficavam se metendo na vida alheia". Paulo então os adverte:

"Mandamo-vos, porém, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo o irmão que anda desordenadamente, e não segundo a tradição que de nós recebeu. ... Porquanto ouvimos que alguns entre vós andam desordenadamente, não trabalhando, antes fazendo coisas vãs. ... Mas, se alguém não obedecer à nossa palavra por esta carta, notai o tal, e não vos mistureis com ele, para que se envergonhe. Todavia não o tenhais como inimigo, mas admoestai-o como irmão." (2 Tessalonicenses 3:6, 11 e 14-15).

Observe bem: todos aqueles que promoviam aquela desordem eram crentes em Cristo, esperavam a salvação em Jesus, criam na Bíblia, enfim, podiam ser chamados de "irmãos". Mas andavam desordenadamente (isto é, "marchando em outro ritmo", conforme explicado pelo pastor Riffe), contra a própria tradição apostólica. Qual a semelhança dos tessalonicenses para os crentes hodiernos que praticam coisas contrárias à sã doutrina? Nenhuma, pois ambos andam "desordenadamente". Devemos, pois, nos misturar com os que acreditam em coisas que reprovamos à luz da Bíblia? Ou será que teremos de admitir que eles estão certos e que nós estamos errados? Como nos entenderemos, estando nós em desacordo?

Apartai-vos Deles
Se você acha estas palavras duras e exegeticamente erradas, perdoe-me a franqueza, mas está se opondo ao próprio Deus, que deseja separar um povo santo para sua exclusiva glória e autoridade. A verdade é que, embora possamos considerar muitos deles como irmãos (assim os considero com fundamento em Mateus 24:24 e 2 Tessalonicenses 3:15), devemos nos afastar dos que não estão de acordo com a sã doutrina, para que não haja confusão doutrinária. Não sou eu quem diz, mas o próprio apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo de Deus. A confusão doutrinária no meio cristão é semelhante à balbúrdia ocasionada pela multidão em alvoroço - ninguém se entende e cada um segue desordenadamente. Se eles estão dispostos a nos ouvir, aí sim poderá haver uma aproximação e, quiçá, até a almejada união (eu também a desejo, mas com a verdade).

O apóstolo Paulo ainda demonstra que devemos nos afastar daqueles que se desviaram da sã doutrina: "Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o, sabendo que esse tal está pervertido, e peca, estando já em si mesmo condenado" (Tito 3:10-11). Certamente o texto fala de heresias; mas, não são heresias as muitas coisas que se pregam em determinados círculos evangélicos? Lembramos que muitas das igrejas com as quais se almeja a união saíram do nosso meio. Por que? "Saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós." (1 João 2:19). Saíram de nós por desacordo - voltaremos a nos unir com eles ainda em desacordo?

Várias são as admoestações bíblicas no sentido da separação mesmo: "Se alguém ensina alguma outra doutrina, e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade, é soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas, contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais." (1 Timóteo 6:3-6). "Todo aquele que prevarica, e não persevera na doutrina de Cristo, não tem a Deus. Quem persevera na doutrina de Cristo, esse tem tanto ao Pai como ao Filho. Se alguém vem ter convosco, e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis. Porque quem o saúda tem parte nas suas más obras." (2 João 1:9-11)

Conclusão
Infelizmente, sempre haverá dissensões doutrinárias no meio evangélico - o joio crescerá no entre o trigo para, finalmente, ser arrancado e lançado fora (Mateus 13:30). E isso é necessário até mesmo para que se levantem os que são leais à sã doutrina: "E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós." (1 Coríntios 11:19); os que não são leais à sã doutrina farão de tudo para alcançarem a união fora dos padrões bíblicos e muitos "leais" poderão se influenciar pela falsa união. No entanto, devemos nos separar dos contradizentes e dos que estão em desacordo com a [única] verdade, sob pena de estarmos agradando ao nosso próprio ventre, aos homens e de desobedecermos a Deus. Ora, "mais importa obedecer a Deus do que aos homens" (Atos 5:29). Essa unidade não pode ser a que almeja nossos corações e nem a que vislumbra nossos olhos humanos, mas deve estar centrada na Palavra da Verdade e se conformar com a vontade divina. Por esse motivo, o líder cristão deve seguir "Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes." (Tito 1:9).

Deus nos abençoe! Amém
João Batista

domingo, 18 de abril de 2010

"Deus é Salvador"

Romanos 8:38-39, 3:21-26; Sofonias 3:14-20; Efésios 1:3-8s

O supremo problema da vida hu-mana é: Como o homem pode entrar em um verdadeiro relacionamento com Deus? Como o homem pode sentir-se em paz e em intimidade com Deus? Pa-ra que existe o uso da lei? Isto nos leva à questão essencial do conhecimento de Deus como Salvador. Deus, como Salva-dor, é algo que tem que ser experimentado – sem esta experiência toda e qualquer expressão escrita ou verbal se torna teóri-ca e sem base. Não podemos descrever com intimidade qualquer dor física, moral e sentimental se não a tivermos experimen-tado antes pessoalmente. É esta experiên-cia da realidade e do poder salvador en-contrado em Cristo que é o centro de toda a mensagem e doutrina da Bíblia. A reali-zação/conhecimento do poder salvador de Cristo é assunto exclusivo de experiência espiritual pessoal.

Diante do exposto é importante, antes de seguirmos adiante, lembrar que só se salva o que está perdido, e quando falamos que um “pecador está perdido” ele está perdido não porque está cometendo o que se julga ser pecado – uma porção de atitudes e condutas que condenamos (às vezes à luz do texto bíblico e às vezes não). Uma pessoa é um pecador que está perdido porque é incrédulo de Jesus Cristo como Salvador único e pessoal – o pecado dos perdidos é justamente não crer e acei-tar a Jesus Cristo como Salvador pessoal e único. Tudo o mais que classificamos co-mo pecados são conseqüência desta pri-meira situação – a de não aceitar a Jesus como Filho Unigênito do Pai celestial, e que veio para nos substituir no supremo julgamento.

Uma vez que falamos em julgamen-to estamos implicitamente falando em lei. No texto em Romanos 3 vemos que não é o cumprimento da lei que salva ou garante a salvação ao ser humano! Para que então lei? A lei existe para tornar o homem cons-ciente do pecado, da justiça e do juízo de Deus. A lei foi feita para mostrar ao homem a sua própria fraqueza e seu estado pecaminoso (estar sem Cristo). Mostra que o caminho da salvação não é o das obras de bem mas é unicamente o caminho da fé em Cristo que salva. Jesus claramente afirma: “Ninguém vem ao Pai senão através de mim”.
Paulo emprega três metáforas para ilustrar esta situação:

1)A corte judicial – com a palavra “justificação”. Quando a pessoa se apresenta diante de Deus ela é tudo menos inocente. É nesta situação que Deus (Juiz soberano) justifica mediante a expressão de fé em Jesus Cristo com Salvador. É pela fé em Jesus Cristo que Deus nos considera justos – mérito exclusivo de Cristo. Passamos a ser considerados filhos de Deus, confiantes no poder perdoador do Pai (João 1:12).

2)Escravidão e 3) Sacrifício – A escravidão é o estado no qual uma pessoa sem Cristo se encontra necessitando do poder libertador de Cristo como salvador pessoal. Isto se tornou realidade no sacrifício de Jesus no Calvário. Alí se realizou o único sacrifício perante a justiça divina que satisfaz o preço da condenação. Este é o sacrifício substitutivo que Cristo realizou em nosso favor. Diante deste fato fica claro porque nem todos alcançam o perdão e salvação de Deus – pois é preciso que cada um, individualmente, se posicione diante desta realidade e exercite a fé. Os que assim não fazem evidentemente con-tinuarão irremediavelmente perdidos.

O profeta Sofonias declara a atividade de Deus poderoso e soberano, cujo firme propósito é oferecer a salvação a todas as pessoas, sem, contudo, desrespeitar a liberdade do ser humano no tocante de aceitar ou rejeitar esta oferta. Deus não violenta o livre arbítrio que nos deu e por isto pode exercer justiça – existe a nossa responsabilidade diante dela em termos de escolha ou defi-nição do que nós queremos como pessoa. Deus tomou a iniciativa desta ação e ofer-ta, e isto porque nos ama. Deus está ativo no sentido de admoestar e alertar as pes-soas que perante a justiça universal de Sua própria perfeição, o homem está irre-mediavelmente perdido. Cabe a nós nos definirmos quanto a que lado queremos nos posicionar diante de Cristo.

O plano de salvação em Cristo não é uma solução de última instância de Deus para os homens, mas sim um plano traça-do desde antes dos primórdios da existên-cia do homem e do mundo e que inclui a participação de uma resposta voluntária por parte do homem no exercício de seu li-vre arbítrio. Neste sentido, o quadro que Paulo usa para mostrar o que Deus fez pe-las pessoas é o da adoção – Deus nos a-dotou em Cristo como filhos em Sua famí-lia celestial.

A pessoa que é adotada por Deus, por causa da postura que adota em rela-ção à pessoa e obra de Jesus Cristo, pas-sa a ter todos os direitos de um legítimo fi-lho na nova família, e está completamente desvinculado de todos os direitos e obriga-ções dos velhos laços familiares. No ponto-de-vista da lei – é uma nova pessoa. A ex-tensão da adoção é tão profunda que mesmo todas as dívidas e obrigações refe-rentes ao relacionamento anterior foram canceladas e abolidas, como se nunca ti-vessem existido (que é o verdadeiro senti-do de perdão). Assim a antiga lei romana encarava a tramitação da adoção; é com este quadro que Paulo nos demonstra o que Deus fez por nós, pelos méritos de Je-sus Cristo.

Nós estávamos totalmente sob o poder do pecado (rejeição da obra salvífica de Cristo) e do mundo, e Deus, através de Jesus, nos tirou deste domínio para dentro do domínio de Seu poder; esta adoção cancela todo o passado, somos feitos “no-vas criaturas”. É claro que Deus não pode adotar àqueles que não querem.
Em Efésios 1:7-8 somos confronta-dos com três grandes conceitos fundamen-tais da fé cristã: Redenção, remissão (per-dão), sabedoria e prudência.

1.Redenção: é a palavra empregada no sentido de libertação de alguém da condenação de algum crime. Em todos os empregos deste conceito ele quer dizer a libertação do ser humano de uma situação da qual ele por si só é impotente de se livrar. Assim Paulo diz que Deus redimiu o homem de uma situação da qual jamais se livraria por suas próprias forças ou meios. Isto é o resultado direto da graça de Deus manifestada em Jesus Cristo. A pessoa se reconhece limitada e sem recursos e, por isto, dependente da ação e iniciativa divina.

2.Remissão: Muito se fala no Antigo Testamento de que “a alma que pecar esta morrerá” (Ez 18:4) e seu paralelo no Novo Testamento é “o salário do pecado é a morte” (Rom 6:23). Mas esta situação terrivelmente condenatória foi totalmente modificada por Jesus, que abriu o caminho de acesso ao Pai. Jesus nos ensinou não a respeito do ódio de Deus ao pecado (que está pre-visto na lei e justiça) mas a respeito do amor de Deus para que, mesmo em pecado, possamos descobrir o amor divino que salva em Cristo.

3.Sabedoria e Prudência: no conceito dos gregos de antigamente, a pessoa que possuísse ambos estaria apta e perfeitamente equipada para a vida. Sabedoria era definida como o conhecimento da coisa mais preciosa, a resposta aos eternos problemas de vida e morte. Neste sentido, Paulo anuncia que Jesus trouxe o conhecimento das coisas eternas, conhecimento prático que nos capacita a resolver as questões de nossa vida. A Prudência é conseqüência imediata de quem tem sabedoria – não atropela as respostas. Cristo nos traz a solução tanto dos problemas referentes à eternidade quanto ao tempo presente. Cristo nos capacita a ver as grandes verdades da eternidade quanto a resolver os problemas de cada instante de nossa vida.

Que o Espírito de Deus te ilumine e te dê compreensão para a Salvação. Amém.
João Batista

terça-feira, 6 de abril de 2010

Fé sem intimidade não é Fé !!

Sempre pensei na pergunta que Jesus faz em Lucas 18:8: “Contudo, quando vier o Filho do homem, achará, porventura, fé na terra?” O que o Senhor poderia estar dizendo com isso? Olhando para a igreja de Jesus Cristo atualmente, entendo que nenhuma outra geração tem se concentrado tanto na fé quanto a nossa.

Parece que todos estão falando sobre fé. Sermões sobre este tópico abundam. Cursos e conferências sobre a fé são organizados pelo país. Livros sobre o assunto cobrem as prateleiras das livrarias cristãs. Multidões de cristãos se reunem para ganharem apoio e encorajamento através de uma mensagem sobre fé.

Hoje há pastores da fé, mestres da fé, movimentos da fé, até igrejas da fé. Claramente, se há um tipo de especialização ocorrendo na igreja nos dias de hoje, é sobre esta área da fé.

Contudo, tristemente, aquilo que a maioria das pessoas considera ser fé hoje, não é fé em absoluto. Na verdade, Deus rejeitará muito do que está sendo chamado e praticado como fé. Ele simplesmente não aceitará isso. Por que? Porque é fé corrompida.

Muitos pregadores atualmente humanizam totalmente o tópico da fé. Eles descrevem a fé como se ela existisse só para ganho pessoal, ou para atender à necessidades pessoais. Ouvi alguns pastores declarando: “Fé não é pedir a Deus o que você precisa. É perguntar a Ele o que sonhar: se você consegue sonhar uma coisa, então pode tê-la”.

A fé que estes homens pregam é material, arraigada neste mundo, materialista. Ela motiva os crentes a orarem assim: “Senhor, me abençoe, me faça prosperar, me dê”. As necessidades de um mundo perdido não são consideradas. Eu não consigo dar a ênfase necessária: este tipo de fé não é o que Deus deseja de nós. Ela não pode ser para ganho desprovido de piedade.

Há uma doutrina de fé particularmente perigosa sendo esposada hoje em dia. Ela sustenta que os crentes mais piedosos são os que “aplicaram a fé” para ganhar uma vida confortável para si. De acordo com esta doutrina, as pessoas que devemos imitar são aquelas que dirigem os carros maiores e mais caros, e possuem as casas maiores e mais lindas.

Isso é heresia total. Se assim fosse, então os crentes mais santificados seriam aqueles que ludibriam financeiramente. Significaria que nosso objetivo diário é agir por todas as maneiras em favor de ganho próprio. Esse simplesmente não é o evangelho de Jesus Cristo.

Porém nesta mensagem não estou focalizando os pregadores da prosperidade, ou doutrinas de ganho pessoal. Quero me concentrar naqueles que verdadeiramente amam Jesus, e que desejam viver pela fé de um modo que O agrade. A minha mensagem para cada um destes crentes é a seguinte: toda fé verdadeira nasce da intimidade com Cristo. O fato é que, se a sua fé não vem a partir desta intimidade, ela não é fé aos Seus olhos.
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Hebreus 11 Fala de Um Padrão Bíblico de Intimidade
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Quando lemos Hebreus 11, encontramos um denominador comum na vida das pessoas mencionadas. Cada uma tinha uma característica pessoal que denota o tipo de fé que Deus ama. Qual era esse elemento? Era: sua fé havia nascido da profunda intimidade com o Senhor.

O fato é que é impossível possuir uma fé que agrade a Deus sem compartilhar intimidade com Ele. O quê quero dizer com intimidade? Estou falando da proximidade com o Senhor que vem de se desejá-Lo ardentemente. Este tipo de intimidade é um laço de união, comunhão. Vem quando desejamos o Senhor mais do que qualquer coisa na vida.
Vejamos apenas quatro exemplos de servos cheios de fé, que andaram perto de Deus, como mencionado em Hebreus 11:

1. O nosso primeiro exemplo é Abel. As escrituras declaram: “Pela fé, Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim; pelo qual obteve testemunho de ser justo, tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas. Por meio dela, também mesmo depois de morto, ainda fala” (Hebreus 11:4).

Quero observar várias coisas significativas neste versículo. Primeiro, o próprio Deus testificou quanto às ofertas de Abel. (Note que havia mais do que uma oferta. Abel claramente oferecia sacrifícios ao Senhor com freqüência).

Segundo, Abel tinha de edificar um altar ao Senhor, para onde trouxesse os sacrifícios. E ele oferecia não apenas cordeiros sem mácula para o sacrifício, mas também a gordura desses cordeiros. As escrituras nos dizem: “Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste” (Gênesis 4:4).
Qual o significado da gordura aqui? O livro de Levíticos diz; “é manjar da oferta queimada, de aroma agradável. Toda a gordura será do Senhor” (Levit. 3:16). Em resumo, a gordura é alimento para Deus.

Veja, a gordura era a parte do sacrifício que fazia levantar o doce aroma. Essa parte do animal pegava fogo rapidamente e era consumida, produzindo em torno o doce perfume. O Senhor diz o seguinte em relação à gordura: “Estatuto perpétuo será durante as vossas gerações, em todas as vossas moradas; gordura nenhuma nem sangue jamais comereis” (3:17). A gordura é do Senhor.

A gordura aqui serve como tipo de oração ou comunhão aceitável a Deus. Ela representa nosso ministério junto ao Senhor no lugar secreto de oração. E o próprio Senhor declara que esta adoração íntima sobe a Ele como doce perfume.

A primeira menção na Bíblia quanto a este tipo de adoração é por Abel. Abel permitiu que o sacrifício e a gordura fossem consumidos no altar do Senhor. Isso quer dizer que ele aguardou na presença de Deus até que o sacrifício subisse aos céus.

É por isso que Abel é listado no hall da fama de Hebreus 11. Ele é um tipo do servo em comunhão com o Senhor, oferecendo-Lhe o melhor que possuía. Como Hebreus declara, o exemplo de Abel permanece hoje como testemunho de fé real e viva: “mesmo depois de morto, ainda fala” (Hebreus 11:4).

Como Abel obteve tal fé? Imagine as tremendas conversas que este jovem deve ter ouvido de seus pais, Adão e Eva. O casal obviamente falava dos antigos dias no jardim com o Senhor. Sem dúvida mencionaram os grandes momentos de comunhão com Deus, caminhando e conversando com Ele no frescor do dia.

Imagine o que passava pela cabeça de Abel ao ouvir estas histórias. Ele provavelmente pensava: “Como deve ter sido maravilhoso. Meu pai e minha mãe tinham uma relação viva com o próprio Criador”.

Ao refletir sobre isso, Abel deve ter tomado uma decisão em seu coração: ele resolveu que não iria viver fora deste histórico de seus pais. Ele não iria querer se adaptar à uma mera tradição passada a ele. Ele teria de receber o seu próprio toque vindo de Deus.

Pode ser que Abel tenha se dito: “Não quero ficar ouvindo de experiências antigas com o Senhor. Quero conhecê-Lo agora, para mim próprio, hoje. Quero um relacionamento com Ele, ter comunhão com Ele”.

Este é exatamente o tipo de “gordura” que devemos oferecer a Deus hoje. Como Abel, devemos Lhe dar o nosso melhor horário, em nosso lugar secreto de oração. E devemos gastar tempo suficiente lá, em Sua presença, permitindo que Ele consuma as nossas oferendas de adoração e comunhão íntimas.

Agora, compare as ofertas de Abel com as de seu irmão, Caim. Caim trouxe frutas ao Senhor, uma oferta que não exigia altar. Não havia gordura, óleo, nada para ser consumido. Como resultado, não havia doce aroma para subir aos céus.

Em outras palavras, não havia intimidade envolvida, não havia trocas pessoais entre Caim e o Senhor. Veja, Caim trouxe um sacrifício que não exigia que ele permanecesse na presença de Deus, buscando Sua comunhão. É por isso que as escrituras dizem que a oferta de Abel era “mais excelente” que a de Caim.

Agora, não se engane: Deus honrou o sacrifício que Caim Lhe trouxe. Mas o Senhor olha o coração, e Ele sabia que Caim não ansiava estar em Sua presença. Isso ficou claro no sacrifício que Caim escolheu ofertar.

Em minha opinião, Caim representa muitos cristãos de hoje em dia. Estes crentes vão à igreja toda semana, adorando a Deus e pedindo que os abençoe e faça prosperar. Mas não têm o desejo de intimidade com o Senhor. Querem que o Pai celestial responda suas orações, mas não desejam relacionamento com Ele. Eles não buscam Sua face, não desejam ardentemente Sua proximidade, não anseiam por Sua comunhão. Como Caim, eles simplesmente não têm vontade de permanecer em Sua presença.

Em contraste, o servo fiel busca o toque de Deus em sua vida. Como Abel, ele não vai se prender a algo menor do que isso. Este servo diz a si próprio: “Estou resolvido a dar ao Senhor todo o tempo que Ele quer de mim em comunhão. Anseio ouvir Sua voz suave e terna falando comigo. Então vou ficar em Sua presença até que me diga que está satisfeito”.

2. Enoque também desfrutou de íntima comunhão com o Senhor. Em verdade, sua comunhão com Deus era tão íntima, que o Senhor o trasladou para a glória muito antes do que poderia ter sido o fim de sua vida terrena. “Pela fé, Enoque foi trasladado para não ver a morte; não foi achado, porque Deus o trasladara. Pois, antes da sua trasladação, obteve testemunho de haver agradado a Deus” (Hebreus 11:5).
Por que o Senhor optou por trasladar Enoque? As palavras iniciais deste verso nos dizem claramente: foi por causa de sua fé. Além disso, a frase final diz que a fé de Enoque agradava a Deus.

A Bíblia diz que Enoque começou a andar com o Senhor depois de ter gerado seu filho, Matusalém. Enoque tinha sessenta e cinco anos nesta época. Ele então passou os próximos 300 anos em comunhão íntima com Deus. Hebreus deixa claro que Enoque estava tão ligado ao Pai, tão próximo dEle em comunhão à toda hora, que Deus optou por levá-lo para Si. O Senhor disse a Enoque, basicamente: “Não dá para progredir mais contigo dentro dos limites da carne. Para aumentar minha intimidade contigo, tenho de te trazer para o meu lado”. Então Ele rapidamente arrebatou Enoque para a glória.
Segundo as escrituras, foi a intimidade de Enoque que agradou tanto ao Senhor. Tanto quanto sabemos, este homem nunca realizou um milagre, nunca desenvolveu uma teologia profunda, nunca fez grandes obras que merecessem menção nas escrituras. Em vez disso, lemos esta descrição simples da vida deste homem simples: “Andou Enoque com Deus”.

Enoque tinha comunhão íntima com o Pai. E sua vida ainda é um outro testemunho do que significa verdadeiramente andar em fé.

3. O nosso próximo exemplo de um caminhar íntimo de fé com Deus é Noé. Hebreus diz: “Pela fé, Noé, divinamente instruído acerca de acontecimentos que ainda não se viam e sendo temente a Deus, aparelhou uma arca para a salvação de sua casa; pela qual condenou o mundo e se tornou herdeiro da justiça que vem da fé” (Hebreus 11:7).

Quando lemos a história deste homem em Gênesis, descobrimos que “Noé achou graça diante do Senhor” (Gênesis 6:8). O verso seguinte diz como ele achou essa graça: “Noé andava com Deus” (6:9). Noé conhecia claramente a voz de Deus. Toda vez que o Senhor lhe falava, ele obedecia. Repetidas vezes lemos: “disse Deus a Noé...Assim fez Noé, consoante a tudo o que Deus lhe ordenara” (v. 6:13,22; 7:1,5; 8:15, 18).

Tente imaginar o quanto de tempo Noé deve ter passado a sós com Deus. Afinal de contas, ele tinha de receber instruções detalhadas do Senhor quanto a como construir a arca. Porém a intimidade de Noé com Deus foi além da orientação que recebeu. As escrituras dizem que o Senhor compartilhou Seu coração com Noé, mostrando-lhe o mal do coração humano. E revelou a Noé os Seus planos para o futuro da humanidade.

4. Abraão também compartilhou de íntima comunhão com o Senhor. Pense na maneira pela qual o próprio Deus descreveu o relacionamento com esse homem: “Abraão, meu amigo” (Isaías 41:8). Igualmente, o Novo Testamento nos diz: “Abraão creu em Deus...e: foi chamado amigo de Deus” (Tiago 2:23).

Que incrível recomendação, ser chamado amigo de Deus. A maioria dos cristãos tem cantado o conhecido hino “Em Jesus Amigo Temos”. Estas passagens bíblicas nos trazem esta verdade com poder. Ter o Criador do universo chamando um homem de Seu amigo parece além da compreensão humana. Porém isso aconteceu com Abraão. É um sinal da grande intimidade deste homem com Deus.

Em hebraico a palavra aqui usada por Isaías para amigo quer dizer afeição e proximidade. E em grego, a palavra que Tiago usa para amigo quer dizer aliado querido e próximo. Ambas implicam em intimidade profunda.
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O Resultado da Proximidade com Deus
Não É Só Uma Afeição Íntima pelo Senhor,
Mas Também um Desapego Progressivo Por Este Mundo
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Quanto mais nos aproximamos de Cristo, maior se torna nosso desejo de viver inteiramente em Sua presença. E mais, começamos a ver mais claramente que Jesus é o nosso único fundamento real.

A Bíblia diz que Abraão “aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador” (Hebreus 11:10). Para Abraão, nada nesta vida era permanente. As escrituras dizem que o mundo era um “lugar estranho” para ele. Não era um lugar para se fincar raízes.

Contudo Abraão não era nenhum místico. Ele não era um ascético que adotava um aspecto beatificado e vivia confuso espiritualmente. Era um homem com vida terrena, profundamente envolvido em negócios. Afinal de contas, era o proprietário de milhares de cabeças de gado. E tinha servos em número suficiente para formar uma pequena milícia. Abraão devia ser um homem ocupado, dirigindo os servos e comprando e vendendo gado, ovelhas e bodes.

Porém ainda assim, a despeito de seus tantos negócios e responsabilidades, Abraão achava tempo para intimidade com o Senhor. E porque andava perto de Deus, ele ia ficando cada vez mais insatisfeito com esse mundo. Abraão era rico, próspero, com muitas coisas boas para mantê-lo ocupado. Porém, nada nesta vida conseguia desviar a atenção dele do anseio pela pátria celestial no porvir. Cada dia, ele mais e mais ansiava se aproximar deste lugar melhor.

A pátria celestial pela qual Abraão ansiava não é literalmente um lugar. Antes, trata-se de estar no recôndito do Pai. Veja, no original, a palavra para esta expressão “pátria celestial”, é Pater. Vem de uma raíz significando Pai. Então, a pátria celestial que Abraão buscava era, literalmente, um lugar com o Pai.

O que isso significa para nós hoje? Significa que mudar para esta pátria celestial não é só chegar ao céu um dia no futuro. Trata-se de, a cada dia, desejar ardentemente experimentar a presença do Pai agora mesmo.

Hebreus diz que os quatro homens mencionados - Abel, Enoque, Noé e Abraão - morreram na fé (v. Hebreus 11). Cada um deles se desapegou do espírito do seu tempo. E cada um buscava uma nova pátria. O mundo simplesmente não era o seu lar.

Porém, isso não quer dizer que eles ficaram esperando até chegar ao céu para desfrutar da proximidade com o Pai. Pelo contrário, como peregrinos passando por essa vida, eles continuamente buscavam a presença de Deus. Nada no mundo conseguia fazê-los parar de se mover à frente, buscando um caminhar mais profundo e íntimo com o Pai.

Através de seus fiéis exemplos, estes homens diziam: “Busco um lugar mais próximo do Pai. E este lugar está além do que este mundo tem a oferecer. Vejo com carinho as tantas e abençoadas dádivas que Deus tem me dado em meus familiares, e amigos piedosos; nada no mundo poderia substituir o amor que tenho por eles. Mas sei que há um amor ainda maior, a ser experimentado com o Pai”.

Hebreus 11 fala de muitos outros cujo caminhar íntimo de fé agradou ao Senhor. Pela fé, estes servos forjaram grandes milagres, e fizeram muitas coisas impressionantes. E ao examinarmos suas vidas, vemos que eles também compartilharam de um mesmo denominador comum: todos abandonaram este mundo e seus prazeres, para andar intimamente com Deus.

Será que você pode fazer a mesma reivindicação? Será que o seu coração anseia por andar mais próximo do Senhor? Será que está havendo uma insatisfação crescente em você com as coisas deste mundo? Ou, está o seu coração preso à coisas temporais?
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Sem Intimidade,
A Sua Fé Não é Verdadeira aos Olhos de Deus
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Marcos 4 relata uma história com Jesus e os discípulos, num barco que estava sendo agitado em meio à tempestade no mar. Ao chegarmos à cena, Jesus acaba de acalmar as ondas com uma única ordem. Agora Ele se volta aos discípulos e pergunta: “Como é que não tendes fé?” (Marcos 4:40).

Isso pode soar áspero. É humanamente normal ter medo numa tempestade destas. Mas Jesus não estava os estava desaprovando por essa razão. Não, Ele estava lhes dizendo, “Depois de todo este tempo comigo, vocês ainda não sabem quem Sou. Como é possível vocês terem andado comigo por tanto tempo, e não Me conhecerem intimamente?”
Na verdade, os discípulos estavam atônitos pelo incrível milagre que Jesus havia acabado de operar. As escrituras dizem: “E eles, possuídos de grande temor, diziam uns aos outros: Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?” (4: 41).

Dá para você imaginar isso? Os próprios discípulos de Jesus não O conheciam. Ele havia chamado pessoalmente cada um destes homens para segui-Lo. E eles haviam ministrado ao Seu lado, á multidões de pessoas. Haviam operado milagres de cura, e alimentado grande quantidade de gente faminta. Mas eles eram ainda estranhos em relação a quem seu Mestre realmente era.

Tragicamente, o mesmo é verdade hoje. Multidões de cristãos têm andado de barco com Jesus, ministrado ao Seu lado, alcançado multidões em Seu nome. Mas realmente não conhecem Seu mestre. Não passam tempo trancados em intimidade com Ele. Nunca se assentaram em quietude em Sua presença, Lhe abrindo o coração, esperando e ouvindo para compreender o que Ele quer lhes dizer.

Vemos outra cena relacionada à fé dos discípulos em Lucas 17. Eles foram até Jesus pedindo: “Aumenta-nos a fé” (Lucas 17:5).

Muitos cristãos hoje fazem a mesma pergunta: “Como vou obter fé?” Mas eles não buscam o Senhor em pessoa para a resposta. Em vez disso, saem correndo para cursos que proclamam ensinar aos crentes como aumentar a fé. Ou, compram pilhas de livros que oferecem dez passos rápidos para aumentar a fé. Ou, viajam centenas de quilômetros para ouvir conferências sobre a fé, feitas por proeminentes evangelistas e mestres.

Posso lhe dizer desprovido de qualquer dúvida: você jamais aumentará de verdade sua fé por nenhuma dessas maneiras. Se você quer aumentar a fé, terá de fazer a mesma coisa que Jesus mandou os discípulos fazerem nesta passagem. Como Ele respondeu aos pedidos por fé? “cinge-te e serve-me, enquanto eu como e bebo” (Lucas 17: 8).
Jesus estava dizendo, em essência: “Ponha o seu traje de paciência. Então venha à minha mesa e ceie comigo. Quero que me alimente aí. Você trabalha feliz para Mim o dia todo; agora quero que tenha comunhão comigo. Sente-se comigo, abra seu coração, e aprenda de Mim. Há tantas coisas que quero falar para a sua vida”.

Não arrume mais explicações teológicas para a fé. Não procure mais passos para tentar obtê-la. Simplesmente fique a sós com Jesus, e deixe que Ele passe Seu coração para você. Fé real nasce no lugar secreto da oração íntima. Então, vá a Jesus e aprenda dEle. Se você passar um período de qualidade em Sua presença, a fé certamente virá. Ele fará nascer fé em seu coração como você nunca conheceu. Acredite, quando ouvir Sua voz suave e terna, a fé explodirá dentro de você.

Aquele lugar, aquela cidade, está em Cristo pela fé. O descanso pelo qual os antigos ansiavam, é encontrado nEle. Recebemos hoje a promessa que eles só podiam antever e abraçar pela fé.

Jesus disse: “Abraão, vosso pai, alegrou-se por ver o meu dia, viu-o e regozijou-se” (João 8:56). Abraão anteviu um dia quando Cristo viria à terra e edificaria o fundamento que previu. E o patriarca se alegrou em conhecer um povo abençoado vivendo neste dia. Ele sabia que viveriam desfrutando de acesso ininterrupto à conversação celestial, e de comunhão com Deus.

Hoje, porém, muitos cristãos estão perdendo totalmente esta promessa. Pelo contrário, vivem em agitação desnecessária. Eles se apressam de lá para cá, tentando produzir uma fé “de resultados”. Estão constantemente presos á uma correria de atividades, fazendo coisas para Deus, que no fim viram apenas fadiga. Eles jamais ficam totalmente descansados em Cristo. Por que? Porque eles simplesmente não se fecham com o Senhor, para ficar horas silenciosas a sós com Ele.

Se está apaixonado por uma pessoa, você quer ficar na presença dessa pessoa. Os dois querem compartilhar a vida, abrindo o coração, e se tornando íntimos. A mesma coisa se aplica a nosso relacionamento com Jesus. Se O amamos, deveríamos constantemente estar pensando: “Quero ficar com o meu Senhor. Quero desfrutar da Sua presença.
Então vou me aproximar dEle, e esperar em Sua presença até eu saber que Ele está satisfeito. Vou ficar até ouvi-Lo dizer: ‘Pode ir agora, e alegre-se no Meu amor”’.
Há poucos dias, ouvi a suave e terna voz do Senhor me cochichando algo após minhas orações com Ele. Ele disse: por favor não se vá já. Fique comigo. Há tão poucos que mantém comunhão comigo, tão poucos que Me amam, tão poucos que permanecem para ouvir o Meu coração. E tenho tanto a compartilhar”. É quase um choro, um pedido para que eu ouça Sua voz.

E aí o Senhor me diz: “Quero lhe mostrar aonde vejo sua fé. Ela está em você vir até Mim. Está em você Me servir (à mesa), está em você ministrar para Mim, até ouvir e saber o que está no Meu coração”.

“A sua fé está em seu desejo crescente de vir à Minha presença. Está em você ficar ansioso pela próxima vez em que estaremos juntos. Está naquela consciência que você desenvolveu, de que estar a sós comigo é a alegria de sua vida.”
“Já não é trabalho, para você, se aproximar de Mim, não é mais uma coisa trabalhosa. Agora você fica aguardando isso o dia todo. Você sabe que quando sua obra estiver finda, você virá para Mim, para me alimentar e comunicar-se intimamente comigo”.
Isso é verdadeira fé.

Que o Espírito Santo possa falar melhor em cada coração. Amém
João Batista