Romanos 8:38-39, 3:21-26; Sofonias 3:14-20; Efésios 1:3-8s
O supremo problema da vida hu-mana é: Como o homem pode entrar em um verdadeiro relacionamento com Deus? Como o homem pode sentir-se em paz e em intimidade com Deus? Pa-ra que existe o uso da lei? Isto nos leva à questão essencial do conhecimento de Deus como Salvador. Deus, como Salva-dor, é algo que tem que ser experimentado – sem esta experiência toda e qualquer expressão escrita ou verbal se torna teóri-ca e sem base. Não podemos descrever com intimidade qualquer dor física, moral e sentimental se não a tivermos experimen-tado antes pessoalmente. É esta experiên-cia da realidade e do poder salvador en-contrado em Cristo que é o centro de toda a mensagem e doutrina da Bíblia. A reali-zação/conhecimento do poder salvador de Cristo é assunto exclusivo de experiência espiritual pessoal.
Diante do exposto é importante, antes de seguirmos adiante, lembrar que só se salva o que está perdido, e quando falamos que um “pecador está perdido” ele está perdido não porque está cometendo o que se julga ser pecado – uma porção de atitudes e condutas que condenamos (às vezes à luz do texto bíblico e às vezes não). Uma pessoa é um pecador que está perdido porque é incrédulo de Jesus Cristo como Salvador único e pessoal – o pecado dos perdidos é justamente não crer e acei-tar a Jesus Cristo como Salvador pessoal e único. Tudo o mais que classificamos co-mo pecados são conseqüência desta pri-meira situação – a de não aceitar a Jesus como Filho Unigênito do Pai celestial, e que veio para nos substituir no supremo julgamento.
Uma vez que falamos em julgamen-to estamos implicitamente falando em lei. No texto em Romanos 3 vemos que não é o cumprimento da lei que salva ou garante a salvação ao ser humano! Para que então lei? A lei existe para tornar o homem cons-ciente do pecado, da justiça e do juízo de Deus. A lei foi feita para mostrar ao homem a sua própria fraqueza e seu estado pecaminoso (estar sem Cristo). Mostra que o caminho da salvação não é o das obras de bem mas é unicamente o caminho da fé em Cristo que salva. Jesus claramente afirma: “Ninguém vem ao Pai senão através de mim”.
Paulo emprega três metáforas para ilustrar esta situação:
1)A corte judicial – com a palavra “justificação”. Quando a pessoa se apresenta diante de Deus ela é tudo menos inocente. É nesta situação que Deus (Juiz soberano) justifica mediante a expressão de fé em Jesus Cristo com Salvador. É pela fé em Jesus Cristo que Deus nos considera justos – mérito exclusivo de Cristo. Passamos a ser considerados filhos de Deus, confiantes no poder perdoador do Pai (João 1:12).
2)Escravidão e 3) Sacrifício – A escravidão é o estado no qual uma pessoa sem Cristo se encontra necessitando do poder libertador de Cristo como salvador pessoal. Isto se tornou realidade no sacrifício de Jesus no Calvário. Alí se realizou o único sacrifício perante a justiça divina que satisfaz o preço da condenação. Este é o sacrifício substitutivo que Cristo realizou em nosso favor. Diante deste fato fica claro porque nem todos alcançam o perdão e salvação de Deus – pois é preciso que cada um, individualmente, se posicione diante desta realidade e exercite a fé. Os que assim não fazem evidentemente con-tinuarão irremediavelmente perdidos.
O profeta Sofonias declara a atividade de Deus poderoso e soberano, cujo firme propósito é oferecer a salvação a todas as pessoas, sem, contudo, desrespeitar a liberdade do ser humano no tocante de aceitar ou rejeitar esta oferta. Deus não violenta o livre arbítrio que nos deu e por isto pode exercer justiça – existe a nossa responsabilidade diante dela em termos de escolha ou defi-nição do que nós queremos como pessoa. Deus tomou a iniciativa desta ação e ofer-ta, e isto porque nos ama. Deus está ativo no sentido de admoestar e alertar as pes-soas que perante a justiça universal de Sua própria perfeição, o homem está irre-mediavelmente perdido. Cabe a nós nos definirmos quanto a que lado queremos nos posicionar diante de Cristo.
O plano de salvação em Cristo não é uma solução de última instância de Deus para os homens, mas sim um plano traça-do desde antes dos primórdios da existên-cia do homem e do mundo e que inclui a participação de uma resposta voluntária por parte do homem no exercício de seu li-vre arbítrio. Neste sentido, o quadro que Paulo usa para mostrar o que Deus fez pe-las pessoas é o da adoção – Deus nos a-dotou em Cristo como filhos em Sua famí-lia celestial.
A pessoa que é adotada por Deus, por causa da postura que adota em rela-ção à pessoa e obra de Jesus Cristo, pas-sa a ter todos os direitos de um legítimo fi-lho na nova família, e está completamente desvinculado de todos os direitos e obriga-ções dos velhos laços familiares. No ponto-de-vista da lei – é uma nova pessoa. A ex-tensão da adoção é tão profunda que mesmo todas as dívidas e obrigações refe-rentes ao relacionamento anterior foram canceladas e abolidas, como se nunca ti-vessem existido (que é o verdadeiro senti-do de perdão). Assim a antiga lei romana encarava a tramitação da adoção; é com este quadro que Paulo nos demonstra o que Deus fez por nós, pelos méritos de Je-sus Cristo.
Nós estávamos totalmente sob o poder do pecado (rejeição da obra salvífica de Cristo) e do mundo, e Deus, através de Jesus, nos tirou deste domínio para dentro do domínio de Seu poder; esta adoção cancela todo o passado, somos feitos “no-vas criaturas”. É claro que Deus não pode adotar àqueles que não querem.
Em Efésios 1:7-8 somos confronta-dos com três grandes conceitos fundamen-tais da fé cristã: Redenção, remissão (per-dão), sabedoria e prudência.
1.Redenção: é a palavra empregada no sentido de libertação de alguém da condenação de algum crime. Em todos os empregos deste conceito ele quer dizer a libertação do ser humano de uma situação da qual ele por si só é impotente de se livrar. Assim Paulo diz que Deus redimiu o homem de uma situação da qual jamais se livraria por suas próprias forças ou meios. Isto é o resultado direto da graça de Deus manifestada em Jesus Cristo. A pessoa se reconhece limitada e sem recursos e, por isto, dependente da ação e iniciativa divina.
2.Remissão: Muito se fala no Antigo Testamento de que “a alma que pecar esta morrerá” (Ez 18:4) e seu paralelo no Novo Testamento é “o salário do pecado é a morte” (Rom 6:23). Mas esta situação terrivelmente condenatória foi totalmente modificada por Jesus, que abriu o caminho de acesso ao Pai. Jesus nos ensinou não a respeito do ódio de Deus ao pecado (que está pre-visto na lei e justiça) mas a respeito do amor de Deus para que, mesmo em pecado, possamos descobrir o amor divino que salva em Cristo.
3.Sabedoria e Prudência: no conceito dos gregos de antigamente, a pessoa que possuísse ambos estaria apta e perfeitamente equipada para a vida. Sabedoria era definida como o conhecimento da coisa mais preciosa, a resposta aos eternos problemas de vida e morte. Neste sentido, Paulo anuncia que Jesus trouxe o conhecimento das coisas eternas, conhecimento prático que nos capacita a resolver as questões de nossa vida. A Prudência é conseqüência imediata de quem tem sabedoria – não atropela as respostas. Cristo nos traz a solução tanto dos problemas referentes à eternidade quanto ao tempo presente. Cristo nos capacita a ver as grandes verdades da eternidade quanto a resolver os problemas de cada instante de nossa vida.
Que o Espírito de Deus te ilumine e te dê compreensão para a Salvação. Amém.
João Batista
domingo, 18 de abril de 2010
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